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A influência do coworking para criação de novas formas de trabalho

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Os espaços de coworkings estão presentes no Brasil desde 2007, e de lá para cá este mercado apresenta expansão e amadurecendo de forma expressiva. De acordo com pesquisa realizada pela Coworking Brasil, em parceria com a Movebla e Ekonomio, esse formato de escritório compartilhado teve um crescimento de 52% em 2016, em relação à 2015, chegando a 378 escritórios compartilhados. O polo com maior concentração é São Paulo, com 148 espaços, onde tivemos a abertura de 21 escritórios de compartilhamento apenas no ano passado.

Os coworkings se consolidaram de forma rápida, inovando modelo de trabalho até então pouco explorado no Brasil. A chegada deles agradou muitos empreendedores, startups e empresas de diferentes tamanhos, devido ao leque de possibilidades que se abrem diante de seus olhos, ao oferecerem mais do que uma mesa de trabalho, mas uma nova experiência. Assim como nos Estados Unidos, os espaços compartilhados oferecem ambientes diferenciados e serviços pouco vistos em lugares tradicionais, criando oportunidades de networking e interações entre os coworkers.

Esse foi um dos mercados que conseguiu crescer diante da crise econômica no Brasil. Tivemos mais de 50 coworkings iniciando as atividades em 2015, 9 a mais do que registrado em 2014. Além disso, vimos muitos espaços ampliarem seu tamanho – adicionando mais posições e oportunidades de locação, ampliando seu leque de atuação, oferecendo serviços diferenciados. Tudo isso me deixa curioso para saber como será esse cenário daqui alguns anos.

As possibilidades são infinitas, a palavra de ordem desse setor é reinventar com criatividade. E isso muitos fundadores de coworkings têm de sobra. Recentemente, li matéria no jornal Financial Post, que mostra como novas formas/locais de trabalho estão sendo inventadas, pois se tratava de um novo modelo de escritórios de compartilhamento que está atraindo profissionais, principalmente os freelancers, autônomos e novos empreendedores. A matéria mostrava que um novo gênero de coworking “temporários” está sendo criado em períodos ociosos em pubs, bares e restaurantes. Alguns donos desses estabelecimentos tiveram a iniciativa de transformar suas instalações em posições de trabalho durante horários em que não estão abertos ao público. Logo alguns empreendedores já criaram aplicativos para reunir estes espaços e agendar a visita. E parece que está dando certo.

Além de ser forma de receita extra durante aquele período que eles não estão atuando de fato em seu core business, é uma alternativa para quem busca estrutura mais atrativa para trabalhar, um ambiente mais estimulante, que sai da mesmice e comodismo do modelo de home office e ao mesmo tempo ofereça baixo custo. Pensando na situação atual da economia do Brasil, essa pode ser opção bastante atrativa e promissora para os donos dos estabelecimentos.

De acordo com pesquisa realizada pela Deskmag, empresa especializada no crescimento de coworkings, apontou que o número de espaços colaborativos continua a crescer. São 13.800 locais em todo o mundo em 2017, o que representa um crescimento de 22% em relação a 2016 e 90% em relação a 2011. O número de membros chega a mais de um milhão em todo o mundo em 2017, um crescimento aproximado de 20% e 95% em relação a 2016 e 2011, respectivamente. Esses dados mostram verdadeira evolução no mercado, e tenho certeza que essa crescente não para por aqui.

Por fim, para o mercado de coworking, seria mais uma forma de compartilhar espaços e agregar valor para todo o ecossistema. Além disso, essa opção pode se tornar forma de inclusão de novos profissionais, aproximando-os cada vez mais dos espaços já existentes. Exercícios de futurologia são sempre difíceis e quase sempre imprevisíveis, mas o importante é percebermos que a cultura de economia colaborativa cresce e ganha cada vez mais adeptos em todo o mundo.

*Jorge Pacheco. CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil e que atualmente possui mais de 600 posições divididas em três unidades, sendo duas em São Paulo, nas regiões de Pinheiros e Brooklin, e uma em Cambridge nos Estados Unidos – além de administrar grandes espaços como o CUBO, em São Paulo.

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