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“Saber escrever é pré-requisito, não é qualidade”, afirma jornalista

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Com nota máxima em Redação e Português, Paulo começou a escrever a sua trajetória no pórtico Ipiranga. O empenho com os estudos não era algo que podia ser ressaltado no jovem, mas a excelência no que escrevia era nítida, embora não fosse determinante: “Saber escrever é pré-requisito, não é qualidade. Isso é o mínimo que se espera de qualquer jornalista”

Espontâneo e carismático. Um jornalista humano que consegue exercer a empatia em tudo o que faz. Paulo Germano Moreira Boa Nova, nascido em 17 de dezembro de 1982, sonhava em ser um pop star de sucesso mundial, mas acabou encontrando no jornalismo o sentido que tanto desejava para a sua vida.

Tudo começou quando o interesse ainda girava ao redor da música, do romantismo e da procura pelo estrelato dentro do rock. Embora a vontade do sagitariano em ser reconhecido fosse grande, ele sabia que atingir o êxito no meio musical não seria fácil. Assim, despretensiosamente, enxergou no seu apreço pela escrita, leitura e cultura uma possibilidade de realização, de contato com o que sempre o encantou, ou mesmo um “plano b” para o caso de sua carreira musical não decolar.

Na época de prestar vestibular, o hoje colunista viu na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS) uma alternativa para alcançar o que tanto desejava. Com nota máxima em Redação e Português, Paulo começou a escrever a sua trajetória no pórtico Ipiranga. O empenho com os estudos não era algo que podia ser ressaltado no jovem, mas a excelência no que escrevia era nítida, embora não fosse determinante: “Saber escrever é pré-requisito, não é qualidade. Isso é o mínimo que se espera de qualquer jornalista”.

As primeiras páginas da carreira do jornalista foram construídas no período da manhã. Bastou Paulo pisar no saguão da faculdade, para se apaixonar. “Esse lugar aqui foi feito para mim”, pensou. A efervescência cultural dominava o ambiente. Por gostar de rock e da cultura alternativa, notou que naquele espaço existia algo disseminado entre as pessoas, algo que o iria enriquecer.

Encantado, destaca a troca de conhecimento que existia nos corredores do prédio 7, a convivência com os professores – que depois se tornaram referência para o jornalista, tanto em relação a texto, quanto à postura jornalística – e as conversas com colegas nas mesas de bar (os tradicionais Russo e Maza, na Bento Gonçalves). Aquilo tudo, afirma, colaborou também na formação dele como ser humano, pessoa, em vez de apenas como profissional: “Ali, a gente discutia desde o livro do Bukowski até o novo disco dos Strokes. Passei a conhecer gente que me indicava livros, filmes e roteiros culturais de um modo geral”.

Para além da sala de aula 

Sobre o curso de Jornalismo, Paulo afirma que avançou muito ao longo dos anos. Em relação aos professores que teve, explica que eles o fizeram ter uma visão de mundo diferente, ao apresentar indicações culturais extremamente ricas. Paulo destaca Marques Leonam, Vitor Necchi, Claudio Mércio – fã de Radiohead, além de companheiro de conversas sobre música – e Sérgio Stoch, na época professor da disciplina de rádio. Acrescenta, ainda, a importância que a “fauna” da instituição teve no decorrer do período acadêmico. O lugar era, segundo ele, um encontro dos mais variados pontos de vista sexuais, comportamentais e intelectuais: “Isso é, às vezes, mais importante que a sala de aula. Ali, cada um percebe elementos de fato para a vida, e eles não vão embora. Muito mais que profissional, a Famecos me formou como gente”.

Trajetória profissional

Dominado pela energia do espaço famequiano, Paulo começou a unir a teoria com a prática. Estagiou na assessoria de comunicação da DD Server, empresa de desenvolvimento de software, e depois na Coletiva Net, revista digital que cobre notícias de Comunicação. Permaneceu no site durante dois anos e, entre os trabalhos que realizou, destaca um em especial: o perfil do então diretor de redação do jornal Zero Hora, Marcelo Rech. A partir da qualidade do que escreveu, foi convidado a fazer um freelancer no veículo e, em março de 2006, teve o contrato assinado. “Esse estágio foi fundamental para a minha carreira”, declara, em relação à oportunidade no Grupo RBS.

Depois de algum tempo, Paulo atingiu sua meta dentro do jornal: falar sobre música sendo repórter no Segundo Caderno. Somente naquele momento, o sagitariano entendeu o propósito da profissão, algo que não estava claro para ele ainda: “Só faz sentido ser jornalista se for para contribuir positivamente para a sociedade de alguma forma. É com isso que, em tese, todos nós devíamos nos preocuparar e querer”.

Bastou pensar que havia alcançado o que tanto desejava para perceber que gostaria de ir além. A contribuição que dava ainda era pequena em relação ao que tanto esperou, reflete. Sendo assim, percebeu o sentido nobre da profissão e abandonou de vez a ideia de ser músico, algo que, aos seus olhos, se relacionava muito mais ao ego e ao aplauso do que a qualquer outra coisa. Paulo Germano afirma: “A partir dali, o Jornalismo ocupou espaço de ponta, o primeiro lugar na minha vida”.

Momento atual

Depois de 10 anos como repórter, passando pelas editorias Geral, Política, Segundo Caderno, Online e Esportes, Paulo hoje é colunista diário de Zero Hora. Com estreia em fevereiro de 2017, o jornalista escreve de segunda a sexta-feira sobre Porto Alegre. A característica de seus textos? Uma mistura de informação com opinião adoçada com uma pitada de humor e personagens desapercebidos da capital gaúcha. “Tento mostrar uma cidade que normalmente as pessoas não veem, ou enxergam da superfície”, conta.

Além disso, Paulo escreve há cerca de um ano e meio no Caderno Doc. O perfil, dessa vez, é um pouco diferente: crônicas mais extensas e profundas, ou histórias. Nesse espaço, o objetivo do jornalista é promover, quando possível, um debate, além de fazer com que as pessoas pensem e não apenas falem. “Me preocupo sempre em tentar evitar o óbvio porque o obvio está por aí. No momento em que todo mundo tem opinião e consegue emitir ela, através dos mais variados canais, é importante que o colunista traga uma percepção nova, que fuja do lugar comum. Os debates, hoje em dia, estão maniqueístas e apaixonados”.

Se pudesse dar um conselho aos estudantes de Comunicação, Paulo diz para absorverem da universidade toda a efervescência intelectual e cultural que emana de todos os espaços do prédio 7. Aos seus olhos, a Famecos é única pela pluralidade de pessoas que agrupa, visões de mundo, novidades de mercado, tendências, algo que poucos lugares têm.

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Júlia Bueno. Integrante do projeto ‘Correspondente Universitário’ do Portal Comunique-se e estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação Social  da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS)

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