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Seminário levanta propostas para reduzir desigualdade racial nas redações

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A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo (Cojira-SP) realiza no sábado, 23, o Seminário Equidade Racial nas Empresas Jornalísticas. O evento tem mais de sete horas de atividades e é realizado na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, no centro da capital, com intuito de levantar propostas para reduzir desigualdade racial nas redações. A entrada é gratuita.

Com a participação de jornalistas, sociólogos e lideranças sindicais, o seminário promove a reflexão sobre a baixa presença de pessoas negras nas redações brasileiras, apresenta experiências bem-sucedidas de promoção da equidade e busca construir, de forma colaborativa, plano de ação com proposta para minimizar a desigualdade racial no jornalismo.

“Numa sociedade racista e desigual como a nossa, a equidade racial não acontece sem um plano, sem uma vontade efetiva e consciente”, diz a jornalista Juliana Gonçalves, integrante da Cojira. A ideia é apresentar a proposta às empresas jornalísticas de São Paulo e não apenas sensibilizá-las para o problema, mas mostrá-las boas práticas que podem torná-las mais inclusivas.

Para Gonçalves, a expectativa é de que o seminário tenha público plural, com a presença de repórteres, editores e RHs das redações. “Só pensando coletivamente a gente consegue pensar e criar plano de trabalho efetivo”, diz.

O evento inclui a realização de workshop do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), entidade conhecida por promover o debate sobre inclusão nas empresas, apresentando as experiências de categorias que conseguiram diminuir a desigualdade racial no ambiente de trabalho. A atividade será conduzida pela diretora do CEERT, professora universitária e especialista do campo da diversidade Maria Aparecida Silva Bento.

Problemática

De acordo com a pesquisa “Perfil do jornalista brasileiro”, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), de 2012, 5% dos profissionais de imprensa se autodeclaram de cor preta e 18% se consideram pardos. Em contrapartida, 72% são brancos.

Para a jornalista Helaine Martins, criadora do projeto Entreviste um Negro, as consequências da baixa presença de jornalistas negros nas redações são inúmeras: “Os estereótipos são constantemente reforçados, vemos as pautas relacionadas à população negra serem constantemente ignoradas, entre as fontes jornalísticas somos minoria e existe até mesmo um desconhecimento sobre o significado de termos básicos como racismo e injúria racial”, diz.

“Não dá para esperar que o jornalismo apresente um conteúdo plural e diverso quando as redações são predominantemente brancas”, completa Gonçalves. “É importante que jornalistas negros ocupem esses espaços para que não apenas a pauta da negritude, mas a pauta da diversidade e a pluralidade de ideias sejam, de fato, contempladas.”

Martins apresenta três propostas para mudar esse cenário: a primeira, promover o debate sobre a questão racial nos cursos de comunicação das universidades; depois, repensar a seleção de jornalistas para o mercado de trabalho, que “segrega quem não estudou numa escola pública ou particular renomada”e, “automaticamente, exclui negros e pobres”. O terceiro ponto é a inclusão de personagens negros nas narrativas, o que já começou a mudar com o projeto Entreviste um Negro. “É fundamental que a imprensa pare de tratar o negro como objeto para nos tornarmos sujeitos da nossa própria história”, ela diz.

O cronograma completo do seminário pode ser visto por meio do Facebook.

Serviço

Seminário Equidade Racial nas Empresas Jornalísticas

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo

Rua Rêgo Freitas, 530, República – São Paulo, SP

23 de setembro, das 9h30 às 17h.

Link para o evento aqui.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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