O Future Today Institute publicou o relatório anual sobre tendências em tecnologia em vários campos, incluindo mídia e jornalismo. Estas são algumas das principais chaves do relatório de tendências, segundo o Laboratorio de Periodismo:
O processamento de linguagem natural (NLP) torna possível automatizar muitas tarefas comuns, como coletar informações e escrever notícias básicas. À medida que essas ferramentas amadurecem, elas permitirão que as redações redirecionem funcionários para o jornalismo ou busquem cortes de custos mais agressivos. Um número crescente de startups está fornecendo soluções de inteligência artificial para redações.
Embora as plataformas do metaverso ainda sejam tratadas hoje pela maioria dos meios de comunicação como parte do mundo dos jogos, “estamos vendo sinais de que esses espaços serão usados para atingir os eleitores e organizar a ação política”. Os jornalistas “devem decidir como cobrir eventos e altos e baixos dignos de notícia à medida que as pessoas passam mais tempo em espaços virtuais”.
A busca por informações está se tornando mais flexível, com avanços nas interfaces que permitem que os consumidores falem o que estão procurando em voz alta, enquanto os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem que os usuários pesquisem com sua câmera. Seja integrado a um dispositivo vestível, telefone ou alto-falante inteligente, as pesquisas sem texto podem fornecer resultados mais relevantes do que as consultas tradicionais baseadas em texto. Uma pesquisa de 2019 com usuários de internet em todo o mundo revelou que 42% haviam feito uma pesquisa por voz no mês anterior. Essas consultas são mais populares nos mercados emergentes da Ásia-Pacífico.
Assinaturas digitais criam novas oportunidades para empresas de mídia que procuram encontrar seu nicho, reconhece o relatório. Fluxos de receita constantes de assinaturas não são uma panaceia, sugere a pesquisa. Como muitos editores aumentaram sua base de assinantes digitais com descontos agressivos, “evitar o churn se torna uma tarefa essencial”.
A confiança em todas as mídias diminuiu globalmente desde 2018, de acordo com o Edelman Trust Barometer. Jornalistas e gerentes de mídia precisam estar particularmente atentos a forças e eventos externos que possam exacerbar essa tendência.
Ferramentas de baixo custo para produzir boletins informativos, podcasts e conteúdo de nicho estão permitindo que as pessoas criem marcas de mídia pessoal. Esses produtos podem atender bem a um público, mas também podem ser um poderoso vetor de desinformação porque não têm as salvaguardas editoriais que protegem a mídia tradicional, segundo o relatório.
O jornalismo sensorial se traduz em notícias veiculadas por meio de dispositivos emergentes, como óculos inteligentes ou fones de ouvido, que se integram diretamente aos sentidos do usuário. Isso permitirá novas formas de jornalismo, mas também representa o desafio do “clickbait sensorial”, projetado para manipular as emoções de um usuário.
O estudo ressalta que também na chamada “economia do criador” há conteúdos marcados pelo negacionismo e desinformação, e que, como agora as plataformas colocam mais interesse e cortam a monetização desse conteúdo, a mídia de qualidade pode ganhar.
Os editores precisam de mecanismos mais sofisticados para monetizar o engajamento. As métricas que sustentam a economia da atenção são altamente suscetíveis à fraude. Um estudo estimou que os bots representam mais de 60% de todo o tráfego do site. Outro descobriu que até 88% dos cliques em anúncios digitais podem ser considerados fraudulentos.
A mídia precisa de jornalistas especializados com habilidades técnicas para entender como a tecnologia opera no mundo e explicá-la a um público não técnico.
A consolidação da mídia tradicional e dos nativos digitais continua.
A mídia está percebendo cada vez mais que sua proposta de valor central não são blocos de texto de 750 palavras. Os editores estão expandindo suas ofertas baseadas em serviços, incluindo produtos da web que fornecem um serviço e podem ser monetizados.
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O texto completo sobre as dicas estão disponíveis, em espanhol, no site do Laboratorio de Periodismo. A versão em português foi publicada originalmente pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), parceira de conteúdo do Portal Comunique-se.
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