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20 de junho, Dia Mundial do Refugiado

São Paulo 19/6/2020 – O preconceito termina quando começamos a compreender o drama dos 70 milhões de refugiados no mundo

Em uma pesquisa qualitativa com relatos de refugiados, o Instituto Estou Refugiado comprovou que, apesar das dificuldades, os refugiados veem o Brasil como um país acolhedor e os brasileiros como pessoas boas, acolhedoras, tolerantes e solidárias. O estudo investigou com profundidade sentimentos, opiniões e motivações através de narrativas pessoais de migrantes que vivem em São Paulo, refletindo suas percepções, principalmente a partir de vivência nessa cidade.

Para Luciana Capobianco, diretora executiva do Estou Refugiado, a divulgação da pesquisa oferece visibilidade ao drama do refugiado no Brasil e cria um sentimento de solidariedade da sociedade.

Os motivos mais frequentes da saída de seus países de origem referem-se a questões políticas (especialmente Congo e Síria) e econômicas (Venezuela). No caso da República Democrática do Congo, mulheres alegaram violência doméstica como principal motivo para saírem do país. “Aqui as mulheres têm mais privilégio. Lá no meu país, a maioria é vítima de violência, abuso sexual. Os homens batem nas mulheres e a gente não fala. Aqui tem uma lei que fala das mulheres, lá não tem. Aqui, quando você está grávida, dão lugar para sentar.” (mulher, República Democrática do Congo)

Segundo o levantamento, o Brasil não foi o país de primeira escolha dos refugiados, mas a maioria veio pela facilidade de visto e o fechamento de fronteiras em outros países. No caso dos venezuelanos, muitos possuíam amigos e parentes que migraram antes ao Brasil. Isso facilitou a vinda de novos imigrantes.

A maioria tem um sentimento de perda muito grande ao chegar aqui. Os sentimentos mais presentes foram tristeza e medo. “Não conhecia pessoas, não sabia falar, quando cheguei ao aeroporto de São Paulo eu chorei. É muito difícil. Mas agora eu tenho amigos. Agora eu lembro da família mas nem tanto como antes.” (homem, Síria)

A maior dificuldade citada pelos refugiados quando chegaram ao Brasil refere-se ao idioma. Seguem-se trabalho, onde morar e documentação. Quando perguntados sobre o futuro, eles priorizam o trabalho (ter um emprego ou empreender), vida melhor para os filhos e se capacitar através de cursos.

Como é ser um refugiado no Brasil?

“Meus amigos na Alemanha têm casa, comida, seguro saúde, escola, tudo de graça. Eles não fazem nada, ficam em casa, aprendem a língua. Eu digo a eles que no Brasil não vão te dar nada disso, mas vão te dar algo que ninguém te dá lá. Aqui quando você se torna refugiado, não há diferença com o brasileiro. Lá você não pode trabalhar, comprar apartamento.Aqui podemos fazer tudo isso. Aqui eles não me tratam como refugiado, me tratam como brasileiro.” (homem, Síria)

Para um homem venezuelano entrevistado, existe sempre um sentimento de desamparo. “Lá você tem sua família, aqui você tem dinheiro para enviar a sua família, mas não tem sua família. Sempre vai ficar um buraco, uma saudade.”

A maioria pensa em voltar ao país de origem seja para visitar familiares, seja em definitivo quando o país de origem melhorar.

Parceria para a 2ª fase da pesquisa

O Instituto estou Refugiado está em busca de parceria para levar adiante a próxima fase da pesquisa, que será quantitativa,ampliando o escopo para outras nacionalidades e outras cidades do Brasil. O objetivo é entrevistar refugiados de São Paulo, Rio de Janeiro e Boa Vista.

Combatendo a Covid-19

Os doadores do Estou Refugiado são pessoas conscientes e compassivas, que fazem doações mensais para o projeto. Esses recursos são fundamentais para manter nosso trabalho de forma independente. No Brasil, são mais de 187 mil refugiados.

No combate ao Covid-19 O Instituto ajuda os refugiados no preenchimento do formulário do governo para obtenção do auxílio emergencial, dando apoio psicológico, buscando oportunidades de trabalho e entregando cestas básicas e cobertores para os refugiados em suas casas e em abrigos.

Para contribuir, é possível escolher a opção doação única e doar R$ 100,00 para colaborar com 1 cesta básica ou R$ 275,00 para doar uma cesta básica tamanho família. Para acompanhar a doação/ família beneficiada, basta enviar o comprovante da doação e e-mail solicitando acompanhamento para contato@estourefugiado.org.br

Para quem preferir e achar mais fácil, vale fazer um depósito diretamente na conta corrente Associação para Apoio de Refugiados – Instituto Estou Refugiado.

CNPJ 33.171.329/0001-74
Banco Itaú 341 AG 0845 C/C 2121

SERVIÇO

Live Jornada pelo refúgio no Brasil

Apresentação da pesquisa com a participação da jornalista e ex-consulesa da França, Alexandra Loras; Luciana Capobianco e Rose Nako e depoimentos de refugiados.

www.youtube.com/tvdemocracia

Hoje- 19/6- 18h00 – ao vivo

Website: https://estourefugiado.com.br/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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