Niterói – RJ 8/7/2021 –
Dados do Complexo Hospitalar de Niterói demonstram aumento de casos de alergia respiratória nos períodos mais frios
Um levantamento feito no Serviço de Emergência Pediátrica do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) demonstrou que dois em cada cinco atendimentos são referentes a descompensações alérgicas. Segundo a dra. Christine Tamar, coordenadora da Pediatria do hospital, este ano, houve aumento no atendimento de pacientes com alergia respiratória, superando os quadros infecciosos. O incremento de ocorrências desse tipo de manifestação foi notado, principalmente, nos períodos de mudanças bruscas de temperatura.
“Até 2019, os quadros respiratórios representavam 70% dos atendimentos na Emergência Pediátrica do CHN durante o outono e o inverno, mas nem todos eram causados por reação alérgica. Com a pandemia do novo coronavírus, houve redução desses casos, por consequência do baixo contágio nas escolas – em razão do lockdown e isolamento social -, além do receio da população de buscar atendimento médico em emergências ou ambulatórios”, aponta Christine Tamar.
A alergia é uma reação exagerada do sistema imunológico quando o organismo entra em contato com certas substâncias denominadas alérgenos. Mais de 25% da população mundial tem algum tipo de alergia, e a asma e a rinite alérgica são os problemas respiratórios mais comuns. “A asma é a mais grave delas e sua prevalência vem aumentando – cerca de 10% da população mundial tem a afecção e é a doença mais corriqueira em crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos, comprometendo aproximadamente 20% delas”, explica Tamar.
O frio, o tempo seco e os poluentes também funcionam como gatilhos para crises alérgicas, por isso, durante o outono e o inverno, crianças com alergias respiratórias devem ter cuidado especial, como explica a médica: “Além do risco de contaminação pelo novo coronavírus, é preciso evitar locais fechados, pouco arejados e com aglomerações para prevenir as crises alérgicas. Nos períodos mais frios, é aconselhável higienizar casacos de lã e cobertores que ficaram guardados no armário por muito tempo, pois podem conter ácaros e fungos de mofo, além de vacinar as crianças de 6 meses a 6 anos contra a gripe, medida essencial para evitar o agravamento da doença crônica”, comenta Christine Tamar.
Outros tipos de alergia
O dia 8 de julho é lembrado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o Dia Mundial da Alergia, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a seriedade do assunto e a importância do tratamento da condição – que, em alguns casos, pode levar à morte. Os principais tipos de alergia são: alimentares, respiratórias, medicamentosas e as causadas por insetos ou animais.
As alergias alimentares normalmente têm como principais sintomas inchaço, coceira nos lábios, diarreia e vômito; as respiratórias costumam apresentar coriza, espirros, falta de ar, coceira nos olhos e tosse; as medicamentosas são marcadas por vômitos, enjoo e dificuldades respiratórias e as causadas por insetos geram coceira, inchaço no local e pode acontecer de o paciente empolar.
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