São Paulo – SP 16/7/2021 – Graças à evolução nos métodos de pesquisa e tratamentos direcionados, o prognóstico para pacientes com linfoma está cada dia mais positivo.
Os linfomas constituem um tipo de câncer muito tratável e até mesmo curável, na grande maioria dos casos.
Uma das primeiras coisas na mente dos pacientes com diagnóstico de câncer é a dúvida quanto ao prognóstico, ou seja, as taxas de cura e sobrevivência à doença. Graças à evolução nos métodos de pesquisa e tratamentos direcionados, o prognóstico para pacientes com linfoma está cada dia mais positivo.
Os linfomas constituem um tipo de câncer muito tratável e até mesmo curável, na grande maioria dos casos.
Prognóstico: taxas de cura e de sobrevivência dos linfomas
Os linfomas são cânceres da medula óssea que afetam o sistema linfático. Existem vários tipos diferentes de linfoma, incluindo linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O prognóstico para cada paciente vai depender do tipo e da gravidade do diagnóstico, bem como de quão precocemente ele é detectado.
Os avanços médicos nos últimos 50 anos tornaram o linfoma de Hodgkin uma das formas mais curáveis de câncer. De acordo com a Leukemia & Lymphoma Society, a taxa de sobrevivência de 5 anos para o linfoma de Hodgkin é real para aproximadamente 88% dos casos, mais do que o dobro da taxa de sobrevivência de 50 anos atrás. Muitos pacientes com linfoma de Hodgkin são capazes de levar uma vida ativa após serem curados.
Embora as taxas de sobrevivência para o linfoma não Hodgkin sejam menores do que para o linfoma de Hodgkin, a taxa de sobrevivência de cinco anos ainda é estimada em cerca de 70%. Portanto, a maioria dos diagnosticados com linfoma não Hodgkin também sobrevive à doença.
Fatores que favorecem um bom prognóstico no linfoma
Os linfomas são considerados uma forma altamente tratável de câncer, se detectados precocemente. Ainda não existem exames que possam ser realizados para diagnosticar linfoma em pessoas que não apresentam sintomas. No entanto, mesmo assim, o linfoma pode ser diagnosticado precocemente.
A melhor maneira de detectar o linfoma precocemente é prestar atenção aos possíveis sinais e sintomas. Um dos sintomas mais comuns é o aumento de um ou mais gânglios linfáticos, causando uma protuberância sob a pele que geralmente não é dolorosa. Isso geralmente ocorre na lateral do pescoço, na axila ou na virilha.
Outros sintomas podem incluir:
Febre;
Calafrios;
Suores noturnos;
Perda de peso;
Sensação de cansaço;
Inchaço no abdômen.
Na maioria das vezes, esses sintomas são causados por algo diferente do linfoma, mas é importante que sejam examinados por um médico, especialmente se eles não desaparecerem ou piorarem.
Check-ups médicos regulares e cuidadosos são importantes para pessoas com fatores de risco conhecidos para linfoma, como:
Infecção pelo HIV;
Transplantes de órgãos;
Doenças autoimunes;
Tratamento prévio contra o câncer.
Nem todas essas pessoas irão desenvolver linfoma, mas é importante compreender o risco e estar atento aos sintomas.
Outros fatores que favorecem um bom prognóstico incluem:
Idade – Ter menos de 60 anos pode melhorar o prognóstico, pois o organismo tem mais chances de lutar contra doenças.
Estágio da doença – O estágio I ou II pode oferecer um bom prognóstico, embora os estágios posteriores também possam ser altamente tratáveis.
Não apresentar linfoma em outros órgãos, além dos linfonodos ou no máximo em apenas uma área fora dos linfonodos.
Apresentar um bom status de desempenho – capacidade de funcionar normalmente, classificado em uma escala de zero a 100.
Apresentar LDH sérico em níveis mais baixos. A enzima LDH é geralmente liberada quando as células são danificadas ou destruídas.
Por outro lado, existem condições que podem levar a um mau prognóstico no linfoma:
Condições médicas de ocorrência simultânea;
Tabagismo;
Diabetes;
Uso de álcool;
História prévia de malignidade;
História familiar.
Estratégias de tratamento para o linfoma
Os tratamentos adequados para o linfoma dependem do tipo e do estágio da doença, da saúde geral do paciente e de suas preferências. O objetivo do tratamento é destruir o maior número possível de células cancerosas e levar a doença à remissão.
Os tratamentos incluem:
Quimioterapia. A quimioterapia usa medicamentos para destruir células de crescimento rápido, como as células cancerosas.
Radioterapia. A radioterapia usa feixes de energia de alta potência, como raios-X e prótons, para matar as células cancerosas.
Transplante de medula óssea. Um transplante de medula óssea, também conhecido como transplante de células-tronco, envolve o uso de altas doses de quimioterapia e radiação para suprimir a medula óssea. Em seguida, células-tronco saudáveis são injetadas no sangue, de onde migram para os ossos e reconstroem a medula óssea.
Imunoterapia. Medicamentos direcionados que se concentram em anormalidades específicas nas células cancerosas. A imunoterapia usa o próprio sistema imunológico para matar as células cancerosas. Um tratamento especializado chamado terapia CAR-T Cell, por exemplo, reprograma as células T de combate a micro-organismos, para que elas sejam capazes de combater o câncer.
É importante lembrar que cada paciente com diagnóstico de câncer – não apenas linfoma – terá experiências diferentes. Os pacientes diagnosticados com câncer precisam se educar com informações médicas confiáveis, buscar uma segunda opinião com especialistas e, o mais importante, nunca desistir até obter as respostas de que precisam.
Também é importante lembrar que a literatura científica deve servir como diretriz para os médicos. O corpo humano não lê livros didáticos e frequentemente segue um curso diferente. Por este motivo, o médico hematologista precisa analisar cada caso cuidadosamente, para identificar quais terapias podem apresentar melhor resultado.
Dr. Marcel Brunetto – Hematologista SP
CRM 109.334
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