São Paulo, SP 21/9/2021 –
Tecnologias digitais têm ajudado no avanço de pesquisas, de serviços remotos e, com isso, estão se tornando cruciais para a sustentabilidade
Nos últimos 18 meses, mesmo com a pandemia, diversos avanços aconteceram pelo mundo. Várias vacinas foram desenvolvidas, testadas, aprovadas e produzidas em massa no decorrer de um ano, diferentemente de antes, quando isso poderia demorar cerca de uma década. Com isso, o olhar sobre a tecnologia também teve mudanças e a questão passou a se tornar prioridade para a retomada dos negócios. No período, 58% das companhias tiveram o aumento da eficiência operacional como o principal objetivo nos investimentos de tecnologia do último ano, de acordo com a pesquisa IT Snapshot 2021, realizada pela Logicalis. O mesmo levantamento aponta que duas novas prioridades tecnológicas surgiram no ano passado, adequação à LGPD e a retomada dos negócios no pós-pandemia.
“Indústria após indústria se adaptaram a métodos 100% remotos de trabalho em meses, em vez dos cinco a sete anos que normalmente levariam. As empresas reconfiguraram e adaptaram completamente as cadeias de abastecimento para garantir que produtos, de EPI a papel higiênico e alimentos frescos, pudessem ser adquiridos, produzidos e despachados nas quantidades necessárias, apesar do fechamento de fábricas e de fronteiras”, explica Carlos Urbano, diretor de Industrial Automation da Schneider Electric Brasil.
Para Urbano, além da retomada dos negócios e da aceleração da transformação digital e científica, outro grande ganho em aportes na parte de tecnologia é a sustentabilidade. Segundo a pesquisa mais recente do UN Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), as emissões globais de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em 30% ou 50% até 2030 para que a sociedade possa ter uma chance de lutar contra o aumento da temperatura global em 1,5 grau. “Para esse feito, a tecnologia tem um papel extremamente importante”, afirma Urbano.
Por que o digital é a chave para combater as mudanças climáticas?
Para evitar uma catástrofe ambiental, é preciso reduzir as emissões de poluentes o máximo possível (em última análise, 100%) o mais rápido possível (nos próximos 30 anos). O digital é um acelerador comprovado de mudança em todas as facetas da sociedade. “As tecnologias já existem e podem ser adotadas imediatamente. Isso permite não apenas reduzir as emissões, mas também oferecer um retorno sobre o investimento que significa mais do que se paga ao longo do tempo”, diz Urbano. Entre os impactos da digitalização nas mudanças climáticas, estão:
1) Visibilidade: as ferramentas digitais ajudam a ver e medir o que não é possível capturar a olho nu
A mudança climática é o problema energético: 80% de todas as emissões de carbono estão ligadas à energia. Reduzir (ou erradicar) a perda e o desperdício de energia são medidas que podem ser tomadas hoje com tecnologias que permitem monitorar o desempenho e a eficiência energética de casas, escritórios e indústrias.
2) Eficiência: o que pode ser medido pode ser melhorado e otimizado
No geral, dois terços do potencial de eficiência são inexplorados no que diz respeito à economia de energia: 82% em edifícios, 58% na indústria e 79% em infraestrutura.
Mesmo os processos de uso intensivo de energia, como a produção de petróleo e gás, podem alcançar reduções significativas nas emissões com melhor planejamento e implantação de soluções digitais.
Um estudo recente realizado pela Schneider em conjunto com a McDermott e a io Consulting descobriu que uma redução de 76% nas emissões operacionais de instalações de petróleo e gás poderia ser alcançada com um aumento mínimo de gastos de 2%. Isso poderia ser fornecido por meio de uma combinação de energia de rede renovável digital, quadro de distribuição sem SF6 e certas modificações que permitiriam às instalações se livrar das chamadas emissões fugitivas, promovendo operações remotas e a segurança da equipe.
3) Interoperabilidade: soluções projetadas para diminuir erros e dar visibilidade completa de um projeto
Soluções interoperáveis ajudarão a reduzir erros e a criar um sistema de visibilidade completa desde o projeto até o nível de operações, especialmente no ponto em que a colaboração dentro ou fora do local é dada em uma série de segmentos críticos, incluindo estoque de edifícios, rede, transporte e projetos de infraestrutura-chave. Conectar todos os elementos dentro dos edifícios, que respondem por 40% das emissões de carbono, ajudaria a resolver um dos grandes desafios do tempo atual – a eficiência da construção.
4) Capacitação: implantação e gerenciamento da transição para energias renováveis
À medida que as energias renováveis substituem os combustíveis fósseis sua produção começa a mudar de mãos. Além dos grandes produtores de energia, existem empresas e indivíduos que a geram por si mesmos e a vendem para a rede. Os padrões de uso estão se adaptando com a migração para veículos elétricos, bombas de calor elétricas e serviços de streaming. Com isso, as pessoas estão consumindo mais eletricidade do que nunca.
As tecnologias digitais são essenciais para criar a rede inteligente de próxima geração e para apoiar a integração e a gestão de painéis solares, o carregamento de EV e o aquecimento em casa e nos locais de trabalho.
5) Inovação: o aumento do investimento sustentável gera impacto em escala
Com o rápido avanço das tecnologias digitais, é possível acelerar o progresso para cumprir os compromissos globais com as mudanças climáticas usando as ferramentas à disposição hoje. “E não há tempo a perder. Governos, empresas e sociedades têm demonstrado grande agilidade para priorizar a saúde pública”, afirma Urbano.
De acordo com o executivo, agora, é necessário aplicar a mesma urgência quando é a saúde do planeta. O digital fornece uma mudança radical na forma como são abordados, entregues e dimensionados os esforços de sustentabilidade. “Um futuro líquido zero de carbono é certamente verde, mas também deve ser digital e elétrico”, conclui.
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