São Paulo 29/7/2021 –
Inflação da construção civil supera a rentabilidade média da renda fixa e falta de insumos atrasa as obras
Marcada pela forte alta dos preços, a década de 80 popularizou as despensas, locais onde os brasileiros armazenavam alimentos e outros produtos essenciais para se protegerem, ao menos em parte, da hiperinflação. Esta é a mesma visão que deve começar a ser adotada pelas famílias que estão ou pretendem reformar suas casas. O desafio tem se tornado muito maior nos últimos meses, pois faltam insumos e os preços crescem exponencialmente.
Para se ter uma ideia, o Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,30% em junho, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando o indicador tinha variado 1,80%, praticamente o dobro de abril (0,95%). Com este resultado, o INCC-M acumula alta de 9,38% no ano e de 16,88% em 12 meses. O índice supera algumas das tradicionais referências de investimentos. O CDI, no acumulado do ano até junho, tem rentabilidade de 1,28% e, em 12 meses, de 2,27%. Já o Ibovespa registra alta de 6,54% no ano até o mês passado, e de 33,40% em 12 meses.
“Para quem estava no meio de uma reforma ou se planejava para isso nos últimos meses, valia mais a pena aplicar a reserva guardada na compra antecipada de materiais, pois a alta dos preços foi bem acima da rentabilidade dos principais investimentos livres de risco”, afirma o diretor da Comdinheiro, Filipe Ferreira.
Pandemia impulsiona demanda
A carestia dos materiais está relacionada tanto à falta de insumos na indústria, como à forte procura. Com o isolamento social, o número de reformas de residências subiu.
Dados da Archademy, maior Market Network de Arquitetura e Design de Interiores do Brasil, mais de 85% dos escritórios de arquitetura brasileiros geraram propostas no período de isolamento social. “As demandas se concentraram em pedidos para adaptar os ambientes à nova realidade em consequência dos reflexos da pandemia, seja para a criação de um espaço para home office, de convivência para família ou para crianças”, explica o CEO da Archademy, Raphael Tristão.
Ele observa que a relação do brasileiro com a casa mudou. Ao serem isoladas, as pessoas passaram a buscar o maior conforto e ver problemas ou necessidades antes não identificados. “A casa deixou de ser um ambiente de passagem para voltar a ser um ambiente de permanência. Inclusive, deixou de ter “uma coisa em cada lugar”, para ser o “lugar de todas as coisas” e isso aumentou muito o consumo e renovação de mobiliário e produtos no geral”, analisa.
Preço alto não é a única dificuldade
Os brasileiros que decidem reformar também se deparam com outro desafio: a falta de produtos. Este foi o problema enfrentado pelo arquiteto Glauco Vitor Dias, que precisou de mais piso para uma de suas obras. Sem encontrar o mesmo padrão já comprado, ele chegou a contatar o fabricante sem sucesso. “Ninguém tinha o piso necessário para o aumento que o cliente solicitou na obra. Acabei encontrando o piso em Santa Catarina e paguei o frete”, lembra.
Diante deste cenário, Tristão recomenda que quem tem planos de reformar a casa, conte com a assessoria de um profissional para que ele faça um orçamento antecipado sobre quais serão os materiais necessários. “Com a oscilação de preços, o ideal é ter uma programação sobre o quanto se vai gastar para evitar surpresas futuras que inviabilizem a obra. A ajuda de um especialista é importante para isso”, diz.
A Archademy acaba de lançar uma plataforma de investimento em reforma de alto padrão. A aposta da construtech é na digitalização da contratação de arquitetos, democratizando o acesso a profissionais especializados. “Criamos um processo de qualificação do cliente e cruzamos com nosso banco de dados de profissionais. Entregamos 3 propostas comerciais para análise comparativa ainda. Você gasta exatamente o que precisa e o arquiteto entrega mais do que você imagina. É a otimização dessa contratação”, destaca Tristão.
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