São Paulo (SP) 7/7/2021 –
Atentas aos problemas causados pela pandemia, em especial no que diz respeito ao transporte marítimo, que traz impacto direto sobre as exportações brasileiras e, consequentemente, sobre a economia, várias entidades setoriais elaboraram carta entregue aos ministérios de Relações Exteriores e da Economia, além de outras organizações privadas, solicitando atenção especial ao assunto.
O objetivo do documento é requerer o apoio de órgãos como ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), MAPA e Confederação Nacional da Indústria (CNI) para contribuir com a minimização dos efeitos adversos globais para o transporte marítimo com ações passíveis ao Brasil, com o fim de favorecer as exportações brasileiras de produtos de valor agregado, o que irá contribuir de maneira direta para os resultados da balança comercial do país.
A carta, assinada pela ABCasa (Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxtil) e demais representantes de entidades setoriais, é embasada em pesquisa conduzida pelo projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
A pesquisa foi realizada com mais de 90 empresas brasileiras representadas por 18 associações, que apontaram como os principais problemas o aumento no custo do frete marítimo e o prazo para o embarque de suas mercadorias nos diversos portos brasileiros. De acordo com o estudo, 43% dos carregamentos para exportação são feitos no Porto de Santos (SP) e outros 23%, no Porto de Rio Grande (RS).
O documento revela que o tempo de espera para o embarque de cargas para exportação está maior, com 33 dias em média, ante 23 dias antes da pandemia. Além disso, não há garantia de que a reserva de embarque será cumprida pelo armador. Também apresenta relatos de pedidos de pagamento de taxas adicionais, o que onera e pode até impossibilitar os envios. Soma-se a isso o grande aumento dos custos do frete desde o início de 2021, em média 100%, sendo que para algumas empresas e destinos o acréscimo atinge os 300%.
A demora para o embarque e o aumento dos custos dos fretes pode ser explicado pelos tipos de contêineres utilizados no transporte. Segundo a pesquisa, os mais usados para carga seca são os 20′ Dry, 40′ Dry e o 40′ High Cube, com destaque para o 20′ Dry, que representa 43% da demanda exportadora. A preferência por esse tipo de contêiner pode explicar a dificuldade das empresas em encontrá-los, o que eleva a espera para o carregamento e pode onerar o custo do frete.
Segundo a pesquisa, a mais impactada pelos problemas com transporte marítimo durante a pandemia foi a região das Américas, com mais de 70%. A América do Sul representa 29,9% dos destinos mais impactados com o atual cenário do frete marítimo, enquanto a América do Norte, 27,3%, e a América Central, 13%. O país mais afetado pelo problema é os Estados Unidos (35%), seguido por Colômbia (12%) Peru (10%) México (7,5%) e Chile (6,5%).
O presidente da ABCasa, Eduardo Turqueto ressalta que o Brasil está vivendo um momento crítico, uma vez que mais da metade das empresas que responderam à pesquisa tiveram aumento da demanda por produtos no mercado internacional, mas, infelizmente, 58% delas perderam vendas devido ao problema marítimo atual. “Por isso, é urgente uma ação da ANTAQ e demais entes públicos e privados que busquem minimizar os impactos adversos no transporte marítimo, uma vez que 53% das empresas apontam aumento nas exportações em 2021, além de 30% que ao menos mantiveram suas vendas ao mercado externo no mesmo patamar que em 2020”, destaca.
Website: https://abcasa.org.br/
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