São Paulo -SP 5/10/2021 – A reciclagem depende de alguns fatores para conquistar uma estrutura sólida e efetiva, que passa pela cadeia do descarte correto até a coleta e triagem.
A relevância das metas traçadas pelas empresas está muito conectada a sua sobrevivência no mercado.
Os novos alertas da ONU para a situação climática global reforçaram a importância das empresas assumirem papéis mais ativos nos impactos ambientais que provocam. De acordo com um levantamento da Bloomberg, em 2025, a agenda ESG deverá atrair cerca de US$53 trilhões em investimentos. “A economia circular tem chamado a atenção dentro deste cenário, sendo a reciclagem um dos pilares mais importantes”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).
O Brasil gera, aproximadamente, 80 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que, desse volume, apenas 4% têm sido reciclados, de acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). A pesquisa também aponta que foram desperdiçados 12 milhões de toneladas de produtos recicláveis no ano, deixados em locais inapropriados.
“A média de consumo plástico aumentou mais de 25% durante a pandemia, mas a taxa de reciclagem do país ainda é muito baixa: menos de 2%, segundo dados da ONG WWF e do Banco Mundial”, relata Vininha F. Carvalho.
Para Rodrigo Clemente, fundador da BLZ Recicla, que faz parte da JVMC Participações, a pandemia agravou a situação do mercado de reciclagem. “A incerteza que assolou o segmento, levou muitos fabricantes de bebidas a diminuir a compra de embalagens, uma vez que a expectativa era a queda nas vendas. Entretanto, o cenário foi outro e o consumo de bebidas aumentou consideravelmente no período. Em paralelo, tivemos a situação de que os itens não eram comercializados em restaurantes e bares, o que dificultou a logística reversa e ocasionou um descarte maior de garrafas”, explica.
Felipe Barroso, diretor-presidente da Transforma Energia, relata que a reciclagem depende de alguns fatores para conquistar uma estrutura sólida e efetiva, que passa pela cadeia do descarte correto até a coleta e triagem desses itens. Para isso, há a necessidade de uma conscientização ambiental, que tem início em casa. Nas residências e escritórios, o lixo orgânico deve ser separado do que é reciclável. Itens como alumínio, papel, vidro e plástico são materiais reaproveitáveis, porém, precisam ser descartados sem resíduos como a gordura, por exemplo.
“Em agosto de 2021, com o aumento da preocupação ambiental alarmada pelo alerta vermelho da ONU, no Brasil deveria ser implantado um plano estratégico para a implementação da economia circular, nos moldes do que é implementado em diversos países europeus, com medidas concretas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias que sejam compatíveis com o compromisso de gerar um impacto positivo em toda a cadeia, desde a produção até o pós-consumo”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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