São Paulo, SP 17/1/2022 –
Diante de investidores e fornecedores cada vez mais exigentes com ações sustentáveis, o segmento busca diminuir cada vez mais a utilização de SF6
Mesmo que a sustentabilidade ainda seja um tema relativamente novo no segmento de data center, ele tem se tornado cada vez mais necessário para as empresas que querem agregar valor ao seu negócio. O crescimento comercial que se ganha ao implementar ações e tecnologias sustentáveis vai muito além de uma estratégia de marketing. As companhias que, de fato, inserem esse tópico no planejamento passam a ter mais relevância no mercado e em toda a cadeia de consumidores.
De acordo com a pesquisa da Arizton Advisory & Intelligence, o mercado de infraestrutura de servidores na América Latina tem apresentado forte crescimento nos últimos anos. Só na região é esperado que o segmento atinja a receita de US$ 7,8 bilhões até 2026. No entanto, embora exista uma abundância de energias renováveis na América Latina, principalmente eólica e solar, a adição de energias renováveis entre os data centers ainda é baixa.
“O principal desafio para as empresas do segmento, hoje, é a utilização do hexafluoreto de enxofre de gás, mais conhecido como SF6. Muito usado em painéis de distribuição de média tensão (MV), ele possui impacto significativo no aquecimento global, pois é o único e mais forte gás de efeito estufa – estima-se que permaneça na atmosfera por 3.200 anos”, explica Marcio Kenji Nakamura, Cloud & Service Provider SAM Segment Leader.
Segundo o executivo, para o setor, o gás se torna um obstáculo, porque possui propriedades que o tornam muito adequado para a interrupção e o isolamento de corrente elétrica, o que fazia dele um elemento-chave em diferentes projetos.
Mas, com a conscientização do mercado – hoje, há mais fundos de investimento disponíveis para empresas que estão mitigando seu impacto ambiental e ampliando seus compromissos ESG –, o segmento se vê às voltas com essa nova necessidade. Com isso, atrelar a sustentabilidade ao data center traz diversas vantagens competitivas.
“Atualmente, quem aluga espaço em seus data centers está solicitando compromissos de sustentabilidade nos contratos. Os locatários passaram, por exemplo, a procurar por fornecedores que estão reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio de Contratos de Compra de Energia (PPAs) para energias renováveis e fontes alternativas de combustível”, diz Nakamura. Além disso, de acordo com ele, os investidores pedem programas de economia circular, como reciclagem de peças e baterias, que garantem a redução do desperdício e a reutilização de materiais.
“O mercado tem pedido cada vez mais para as empresas saírem do comodismo – principalmente se o que vem sendo utilizado agride o meio ambiente ou a dinâmica social de onde está inserido. A responsabilidade pela diminuição da descarbonização e o comprometimento em diminuir os impactos nas mudanças climáticas já estão fazendo parte da realidade das empresas e com o segmento de data centers isso não é diferente”, afirma.
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