São Paulo 13/8/2021 – Por meio desta importante descoberta, as pessoas poderão viver mais e melhor, usando o seu próprio material para regenerar qualquer tipo de tecido.
A Medicina Regenerativa como pilar central da prática médica: quebra de paradigmas no presente e futuro
Viver muitos anos e com qualidade de vida, com saúde, sem doenças, é o sonho de qualquer ser humano. No que depender da ciência e dos avanços tecnológicos, esse é um futuro que se aproxima. A tendência é mundial e, o Brasil, pode se orgulhar de estar na vanguarda deste movimento.
Nesta área científica destacam-se as pesquisas sobre o uso de células-tronco mesenquimais atuando na regeneração de diversos tecidos do corpo humano, liberando substâncias químicas que facilitam o processo regenerativo e que modulam o sistema imune. Essas células são multipotentes, pois têm a possibilidade de formar diversos tecidos.
As células-tronco mesenquimais, principalmente as retiradas do dente de leite das crianças, têm uma alta qualidade por serem muito jovens. Elas têm o potencial de auxiliar na regeneração de diversos tipos de tecidos e órgãos, tais como: pele, pâncreas, cartilagem, tecido nervoso, tecido adiposo, ossos, tecido cardíaco, fígado, dentes, olhos e músculos. Além disso, a melhora na qualidade de vida ou até mesmo a cura para condições crônicas ou doenças hoje consideradas incuráveis como doença de Parkinson, sequelas de derrames e até lesões medulares tornam-se mais próximas.
“Por meio desta importante descoberta, as pessoas poderão viver mais e melhor, usando o seu próprio material para regenerar qualquer tipo de tecido, o que anula risco de rejeição. Atualmente, por exemplo, estamos tendo sucesso enorme no tratamento experimental de crianças com lábios leporinos, cuja correção é tradicionalmente realizada com cirurgia altamente invasiva, que acontece por volta dos 8 anos de idade e consiste na retirada de um fragmento do osso da bacia para fechar a fenda. Um procedimento muito doloroso e de recuperação lenta. Em média são necessárias até três cirurgias. Com o tratamento a partir de células tronco, ocorre a formação de tecido ósseo e, em seis meses, acontece o completo fechamento da fissura labiopalatina. Este é só um exemplo do que está acontecendo e do que vem pela frente. Tratamentos mais eficazes, menos dolorosos e com resultados melhores já são realidade”, afirma o cientista José Ricardo Muniz Ferreira, que estudou e aprimorou a técnica de extração, armazenamento e cultivo das células dos dentes de leite. “Um verdadeiro tesouro: células-tronco jovens e de alta versatilidade”, garante.
Ferreira é presidente da R-Crio – um Centro de Processamento Celular brasileiro que tem acionistas de várias áreas como: Odontologia, Biologia, Biomedicina, Medicina e Engenharia que, apesar do cenário econômico instável pelo qual nosso país passa, resolveram investir fortemente pois sabem do benefício que essa área pode trazer a toda a população. Segundo ele, o Brasil está bastante adiantado nesta questão em relação a outros países. “Em nossas viagens por universidades ao redor do mundo, como na Inglaterra e na Índia, onde palestrei recentemente, conversei bastante com inúmeros colegas e pude constatar que o Brasil está na vanguarda neste setor”, comemora. Ele diz também que a produção de patentes por pesquisadores brasileiros está aumentando no segmento, o que torna nosso país referência neste assunto. “Estamos deixando de ser o país estigmatizado por venda de commodities e passamos cada vez mais à produção de propriedade intelectual, com geração de negócios, empregos, dinamizando a economia e a saúde”, explica.
De acordo com o cientista, a saúde pública em nosso país tende a ganhar muito com a Medicina Regenerativa. “Além do ganho em saúde da população, o governo economizará significativamente com a sua utilização”.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, por meio da resolução 214 e da consulta pública 416, trabalha a favor da regulamentação das boas práticas de pesquisa nesta área, o que impulsiona ainda mais a atuação com células-tronco.
“Cabe à imprensa e à sociedade divulgar essa boa notícia! Ela está sendo e será cada vez mais constante e importante na vida das pessoas, aumentando a expectativa e a qualidade de vida”, finaliza o cientista José Ricardo Muniz Ferreira.
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