28/12/2021 –
Pesquisa da Abrainc e da Brain afirma que 6% adquiriram a moradia sem sair de casa
A tecnologia vem marcando presença no mercado imobiliário. Prova disso é que levantamento inédito da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e da Brain Inteligência Estratégica revela que 6% das compras de imóveis já ocorrem totalmente pela internet sem a necessidade de que o comprador saia de casa. O estudo ouviu 14 mil brasileiros, dentre eles 850 pessoas que compararam imóveis nos últimos 12 meses.
Segundo a pesquisa, 71% dos compradores levam, em média, seis meses para finalizar o negócio com o vendedor. “O senso comum estima que se leva dois anos nesse processo. Esse período está diminuindo graças ao uso de tecnologias usadas por incorporadoras e imobiliárias”, diz Fábio Araújo, sócio-diretor da Brain. O estudo também mostrou que 71% dos brasileiros compram um imóvel para sua própria moradia e apenas 28% como investimento, enquanto 1% adquire para seus filhos ou parentes.
Luiz França, presidente da Abrainc, destacou que boa parte dos processos de compras ocorre hoje pela internet e lembrou que 55% dos consumidores usam algum tipo de experiência digital na hora de adquirir uma casa ou apartamento, mas apenas 1% chega a assinar a escritura pela internet o que pode ser fruto da burocracia. “Apesar de o setor estar cada vez mais informatizado, processos burocráticos precisam ser enfrentados, pois dados apontam que 62% dos compradores tiveram algum tipo de obstáculo na hora de comprovar renda ou em outras etapas contratuais”, comenta França.
E a expectativa do setor continua otimista para 2022, em especial no Rio de Janeiro. “As perspectivas para o mercado imobiliário em 2022 continuam promissoras, apesar de ser ano eleitoral e de um novo patamar de juros. Isso porque a nova base da legislação municipal aprovada pela Prefeitura do Rio, via Câmara de Vereadores e que contou com o apoio da Ademi-RJ, atraiu novos investidores e criou um leque de novos produtos no mercado. Um deles é a transformação hoteleira na região da orla com hotéis icônicos como o Glória e outros que virão e que certamente vão proporcionar residências muito diferenciadas para o morador. Tudo isso vai trazer muita liquidez ao mercado e um novo patamar de vendas para 2022”, analisa Marco Adnet, vice-presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário).
Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio (Sindicato da Habitação), complementa que esse movimento é muito benéfico para a cidade, pois muitos desses hotéis estão em terrenos bem localizados, o que traz boa liquidez comercial, contribuindo para um mercado mais equilibrado. “É melhor ter um prédio ocupado do que um hotel fechado”, ressalta o executivo.
Marcelo Fróes, diretor da loteadora Pró Lotes, concorda. “A tendência de transformar hotéis em residências observada no Rio de Janeiro ajuda a evitar invasões e diminui a quantidade de imóveis depredados na cidade. Além disso, contribui para a geração de empregos e renda”, observa Fróes. Com relação ao número de postos de trabalho, para se ter ideia, só o retrofit do Hotel Glória na Zona Sul prevê a geração de 4.500 vagas diretas e indiretas. O local dará lugar a um residencial pelo Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário. “O contemporâneo estará presente sem deixar de lado as características icônicas do hotel. A concepção do projeto é dos escritórios cariocas Cité Arquitetura e Afonso Kuenerz Arquitetura”, conta Jomar Monnerat, gestor do fundo.
Na Praia do Flamengo, o antigo Hotel Flamengo Palace agora é o Insight Praia do Flamengo, retrofit da D2J Construtora. Daniel Afonso, diretor da empresa, afirma que as obras começaram bem antes do lançamento, gerando cerca de 300 vagas de empregos. “Este é um grande diferencial, pois para o investidor, o retorno dele com o aluguel tende a vir mais rápido, já que o edifício estará pronto antes do prazo de construção habitual que é de 18 meses”, explica Afonso.
Já na Barra da Tijuca, mais de 1.500 vagas de empregos serão geradas na construção do Praia Residencial Mar, projeto de 34 apartamentos da Itten Incorporadora em parceria com a 3021. O empreendimento será erguido onde funcionava o Hotel Praia Linda, na Praia do Pepê, no Jardim Oceânico, área nobre da Barra. Para identificar as necessidades dos compradores, a empresa investiu em pesquisas que apontaram a falta de opções de entretenimento nos prédios. “A demanda não é por um lazer de clube, como nos grandes condomínios da Barra, e sim por um lazer eficiente que será realmente utilizado na rotina das famílias sem gerar um custo desnecessário. Isso é muito importante, pois a Itten vem usando esses dados para projetar seus empreendimentos na região, buscando construir um lugar melhor, além de solucionar problemas”, conta Eduardo Cruz, diretor da incorporadora.
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