São Paulo 20/4/2022 –
Embora a maioria das pessoas que contrai o Coronavírus apresente poucos sintomas, pelo menos 5% dos pacientes desenvolvem a forma mais severa da doença, que é capaz de afetar várias regiões do organismo (não só o sistema respiratório), deixar sequelas e exigir internação hospitalar e atenção multiprofissional, inclusive com fisioterapia.
A fisioterapia foi e tem sido fundamental no tratamento de pessoas com covid-19. Trabalhar o pulmão, um dos órgãos mais afetados pelo coronavírus, é uma tarefa muito mais complicada do que pode parecer, e é por isso que a grande maioria dos médicos indica um fisioterapeuta a seus pacientes com a doença, visto que só um profissional especializado pode preparar o pulmão para uma recuperação.
E essas complicações são bem mais rigorosas em quem apresenta a covid longa. Esta patologia acomete uma em cada dez pessoas que contraem a doença causada pelo coronavírus. Como seu próprio nome diz, esta enfermidade causa sequelas por 12 semanas ou mais, diferentemente da média da covid-19, que é de duas semanas a um mês.
Trata-se de uma doença multissistêmica, à qual podem ser atribuídos mais de 200 sintomas, que ocorrem em combinações variáveis e podem flutuar em padrões previsíveis. Esses dados são da Confederação Mundial da Fisioterapia (World Phisioterapy), que representa 685 mil profissionais e 125 organizações em todo o planeta.
“Os sintomas mais comuns de covid longa, após seis meses, incluem exaustão extrema, exacerbação dos sintomas pós-esforço e problemas de memória e concentração”, explica a presidente mundial da entidade, Emma Stokes.
Segundo ela, um fisioterapeuta é capaz de ajudar as pessoas que vivem com a covid longa como parte de um programa de reabilitação. “Este profissional garante que a prescrição de exercícios seja abordada com cuidado para minimizar o risco e garantir que os programas de exercícios sejam restauradores e não piorem os sintomas de um indivíduo”, pondera a especialista.
Vale frisar que a covid longa é diferente para cada pessoa. Os sintomas podem variar conforme os indivíduos. “Um fisioterapeuta pode ajudar as pessoas a controlar seus sintomas e trabalhar com eles para apoiar sua recuperação”, acrescenta Emma Stokes.
Linha de frente
Não à toa os fisioterapeutas fizeram parte da linha de frente durante os momentos mais críticos da pandemia no mundo todo. Estes profissionais tiveram um papel crucial na difícil recuperação de pessoas que contraíram o vírus. Estiveram e ainda estão envolvidos na avaliação do paciente, estabelecimento de metas e prescrição de tratamentos de mobilidade e reabilitação. Para isso, os fisioterapeutas devem trabalhar ao lado de uma grande equipe multidisciplinar.
Pacientes que acabam em terapia intensiva por um longo período podem ficar demasiadamente fracos. Uma parte importante do papel do fisioterapeuta é ajudar a reabilitá-los. Isso significa fazer exercícios, bem como sentar e caminhar com esses pacientes.
Antes de começar a fisioterapia respiratória, deve-se conhecer o estado de cada enfermo. Se ele estiver se sentindo fatigado durante os exercícios, o tratamento está feito equivocadamente. São exercícios realizados rapidamente, em poucos minutos, e de duas a três vezes ao dia, e o número de repetições valerá conforme a gravidade do paciente.
É importante ressaltar que são exercícios indicados para pacientes cujo teste PCR aponte que já não há mais transmissão do vírus, além de estar sem febre e sem dificuldades tão grandes para respirar.