Rio de Janeiro, RJ. 14/7/2021 –
Hoje, no Brasil, há quatro formas de autorização de uma vacina contra a Covid-19 pela Anvisa: por meio do registro, aprovação para uso emergencial, aprovação para importação ou pela Aliança Covax Facility.
Conhecer o fabricante ou tecnologias das vacinas nunca foi um assunto de grande relevância para a maioria das pessoas, no entanto muitas dúvidas sobre esse tema surgiram com o advento da pandemia causada pelo SARS-Cov-2.
As vacinas AstraZeneca e Pfizer são as duas com registro definitivo na Anvisa. A AstraZeneca é produzida pela Fiocruz, são necessárias duas doses para melhor imunidade contra a Covid-19 e a segunda dose deve ser aplicada em intervalo de 4 a 12 semanas após a primeira dose. A tecnologia usada é o vetor viral (adenovírus).
Em entrevista, Marianna Amaral, farmacêutica e supervisora da garantia da qualidade na Bioxxi declarou que ficou muito feliz com o registro definitivo da vacina e que já foi vacinada com as duas doses da AstraZeneca.
A vacina da Pfizer é importada, são necessárias duas doses para melhor proteção contra a Covid-19 e a segunda dose deve ser administrada com um intervalo maior ou igual a 21 dias após a primeira. A tecnologia utilizada é o RNA mensageiro.
As vacinas CoronaVac e Janssen são as aprovadas para uso emergencial. A CoronaVac, criada pela Sinovac, é produzida pelo Instituto Butantan no Brasil, são necessárias duas doses, a segunda dose deve ser aplicada com um intervalo maior ou igual a 21 dias após a primeira. A tecnologia usada é o vírus inativado. A vacina da Janssen é de dose única e a tecnologia usada é o vetor viral (adenovírus).
Em entrevista, Rose Macário, responsável pelos assuntos regulatórios na Bioxxi explica que a vacina da Janssen está com uma alta demanda por ser de dose única.
As vacinas Covaxin e Sputnik V são as aprovadas para importação excepcional. A Covaxin é fabricada pela Bharat Biotech na Índia, são necessárias duas doses e a tecnologia usada é o vírus inativado. Após a importação excepcional e o seu respectivo uso, a Anvisa analisará os dados obtidos e decidirá pela autorização ou não para uso emergencial.
A Sputnik V é produzida pelo Instituto Gamaleya da Rússia. Também são necessárias duas doses, a segunda dose deve ser aplicada 21 dias após a primeira e a tecnologia usada é o vetor viral (adenovírus). A Anvisa impôs limitações para importação, os estados autorizados poderão comprar uma quantidade limitada de doses e a vacina não poderá ser aplicada em gestantes, puérperas, lactantes e indivíduos com comorbidades.
A tecnologia de vetor viral não replicante é feita com o adenovírus, vírus conhecido por causar quadro respiratório, como se fosse uma gripe em chimpanzés, no entanto, esse agente infeccioso foi modificado, recebeu parte do RNA do SARS-Cov-2 que codifica a proteína S (Spike), expressando essa proteína em sua superfície, mas esse agente modificado geneticamente foi inativado sendo incapaz de se replicar na pessoa que foi vacinada. Após a aplicação da vacina, anticorpos contra a proteína S presentes na superfície do adenovírus são produzidos pelo organismo.
A fabricação da vacina com tecnologia do RNA mensageiro consiste na produção, em laboratório, de sequências do RNAm que codificam a proteína S (Spike). Após produção da sequência de RNAm (RNA mensageiro), uma capa lipídica é colocada para proteger o RNAm. Quando o RNAm entra no organismo, as células do corpo leem as informações do RNAm e começam a produzir milhões de cópias da proteína S. O sistema imunológico identifica a proteína S como um potencial risco e começa a produzir os anticorpos que irão combater o SARS-Cov-2 que também possui a proteína S.
A tecnologia do vírus inativado é o método tradicional e mais utilizado na produção de vacinas. O vírus é cultivado, multiplicado e inativado com calor ou produto químico. O vírus inativado continua com toda estrutura original, porém sem a capacidade de se replicar e causar a doença. O corpo cria anticorpos contra o vírus quando a pessoa é vacinada.
A empresa AstraZeneca divulgou que a vacina tem 76% de eficácia contra casos sintomáticos e 100% de eficácia contra casos graves e hospitalizações.
A empresa Pfizer divulgou a eficácia de sua vacina, 91,3% contra casos sintomáticos e 100% contra casos graves e hospitalizações.
De acordo com FDA (Food and Drug Administration), a vacina Janssen, que é de dose única, tem 72% de eficácia contra casos graves após 28 dias da vacinação.
Estudo do Instituto Butantan mostra que a vacina CoronaVac tem eficácia entre 83,7% e 100% contra casos moderados e graves que necessitam de assistência médica.
A revista científica The Lancet publicou um estudo feito com a vacina Sputnik V. O estudo revela que a vacina tem eficácia de 92% contra casos sintomáticos.
A empresa Bharat Biotech informou que sua vacina Covaxin possui eficácia comprovada de 78% contra casos leves, moderados e graves.
“Diferente dos resultados que os laboratórios apresentam, tenho observado que nenhuma vacina é 100% eficaz contra a Covid-19 mesmo na prevenção de casos graves, portanto é importante observar os sinais e sintomas sugestivos dessa enfermidade e buscar atendimento médico imediato”, afirma Edimilson Migowski, Doutor em doenças infecciosas e consultor da Bioxxi.
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