Ribeirão Preto, SP 8/9/2021 – Mesmo que a Selic alcance 6,5% no final do ano, os contratos de cinco anos atrás, por exemplo, eram bem mais caros, então existe possibilidade para negociação.
Aumento constante da Selic acelera procura de brasileiros pela portabilidade do financiamento imobiliário.
A portabilidade do financiamento imobiliário está crescendo no Brasil. De acordo com dados do Banco Central (BC), o número de pedidos cresceu 72% em abril. Em março, a alta havia sido de 144%.
Essa busca se acelerou justamente porque os juros estão novamente subindo e a taxa Selic, pode, de acordo com previsões do mercado, fechar em 6,5% até o final do ano, interrompendo um ciclo de baixa histórica.
“Mesmo que a Selic alcance 6,5% no final do ano, os contratos de cerca de cinco anos atrás, por exemplo, eram bem mais caros, então existe possibilidade para negociação. Como comparação, em 2016 a Selic estava em 14,25%”, comenta Fernanda Machado, da Felí, empresa que atua como correspondente bancário digital e assessoria de crédito.
Como funciona
A especialista explica que todo o processo pode ser feito diretamente junto ao banco ou com a ajuda de um correspondente bancário digital, para acelerar o processo, além de indicar as melhores taxas entre os bancos e também ajudar na organização da documentação necessária.
Todo o trâmite passa, basicamente, por algumas etapas, sendo que o primeiro deles é a pré-análise de toda documentação do primeiro financiamento para saber se o interessado é apto à portabilidade.
“Esta portabilidade vai seguir os mesmos critérios da primeira contratação. Então, se o cliente segue tabela PRICE, ela vai se manter na PRICE. A quantidade de parcelas também não muda. O que muda é a taxa de juros, que serão menores, gerando parcelas menores e um saldo devedor menor. A portabilidade pode ser feita no mesmo banco ou o interessado pode mudar de banco”, explica a especialista.
Ainda de acordo com Fernanda: “os custos para fazer a portabilidade do financiamento imobiliário variam de acordo com a contratação de seguros, a localidade e outros itens. No entanto, podem compensar muito no médio e longo prazo”.
“Em uma simulação, uma pessoa que financiou um imóvel que vale R$ 310 mil com juros de 9,14% ao ano e vai pagar em 346 meses, o valor total ao final do financiamento vai ser em torno de R$ 371 mil. Com a portabilidade e calculando com juros de 6,99% ao ano que ainda hoje está sendo praticado no mercado, o valor final pode chegar a R$ 320.312. É uma economia de quase R$ 51 mil, reduzindo praticamente R$ 200 no valor das parcelas e uma economia anual de R$ 2,4 mil”, exemplifica.
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