Campinas-SP 15/7/2021 – “Nunca testemunhamos número tão avassalador de doenças avançadas, em pacientes jovens, por se perder o momento do tratamento adequado”, diz médico.
Diante da pandemia de Covid-19, pacientes estão deixando de realizar consultas e exames de rotina, potencializando o avanço de doenças graves e tumores que poderiam ser evitados.
A pandemia tem trazido um efeito negativo para os atendimentos de rotina na área de saúde e, principalmente para os exames de prevenção a doenças graves. Além de estar retardando a chegada de pacientes para acompanhar tanto as doenças crônicas, como doenças já bem conhecidas entre os pacientes como hipertensão, diabetes, doenças da tiroide que precisam de controle.
Muitos pacientes têm procurado apenas as emergências do SUS, com isso tem se visto um número crescente e assombroso de portadores de neoplasia avançada, sem possibilidade de tratamento. Talvez ainda não tenha havido um aumento estatístico verificável no número de mortes, porque o câncer não mata imediatamente, mas apenas depois de alguns meses ou anos, quando não tratado, mas os casos graves e avançados estão muito mais frequentes.
A análise da situação atual em consultórios e clínicas vem do médico especialista em coloproctologia, membro Titular das Sociedades Brasileiras de Coloproctologia e de Endoscopia Digestiva e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Dr. Gustavo Sevá Pereira.
“O câncer de intestino, que é a minha área de atuação, é potencialmente curável nos estágios iniciais. E estamos deixando passar essa chance para muitos pacientes. Pacientes jovens com tumores enormes e sem qualquer possibilidade de cura estão procurando os hospitais em caráter de urgência, com obstrução intestinal, urinária, que precisam de tratamento emergencial, já com doenças avançadas localmente ou com metástases à distância, complicações em outros órgãos, perfurações e obstruções”, relatou o médico.
Dr. Gustavo Sevá Pereira atua na cidade de Campinas onde é Coordenador do Grupo de Coloproctologia do Hospital Mário Gatti de Campinas.
“Nunca testemunhamos um número tão avassalador de doenças avançadas, em pacientes jovens, em que se perdeu o momento do tratamento adequado e a chance de cura”, concluiu.
O médico fez questão de reforçar que considera, sim, fundamental os esforços estarem voltados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 por se tratar de uma crise sanitária sem precedentes, porém, as outras doenças continuam avançando.
“Deixou-se passar para esses pacientes o momento de ouro em que se poderia investigar e tratar, oferecer uma chance de ver os próximos anos ou décadas, acompanhar os filhos e netos que ainda virão. Deixou-se que evoluíssem abandonados em sua doença”, argumentou o coloproctologista.
O exame para detectar o câncer de intestino
O exame para a prevenção do câncer colorretal é a colonoscopia. O exame é rápido, seguro e feito sob sedação. Quase 100% dos pacientes dizem não se lembrar do exame, e nem terem qualquer desconforto adicional.
O exame retira pólipos que podem se desenvolver com o passar do tempo e se transformar em câncer. Com isso, é o único exame na atualidade que de fato previne um tipo de câncer: o câncer de intestino.
Recomendado para pacientes acima dos 50 anos já existem países que apontam a faixa de idade a partir dos 45 anos. Para casos de histórico familiar interessante antecipar o exame.
Como se faz prevenção?
Com uma alimentação adequada, rica em vegetais, controle do consumo de carne processada ou vermelha, prática regular de atividade física e check-ups anuais, é possível prevenir ou evitar o aparecimento da neoplasia.
Estufamento do abdômen, sangramento, mudança repentina dos hábitos intestinais e perda de peso são alguns dos sinais que devem ser investigados.
Azia, vômitos, sensação de estufamento, dor abdominal, cólicas, diarreia, intestino preso e escape de gases e fezes são alguns dos sinais de alerta de que algo não está funcionando bem no intestino. Presença de sangue e perda de peso também devem ser motivo de atenção.
Sintomas na maioria das vezes ignorado pelas pessoas que chegam a se automedicar. Um comportamento que pode retardar diagnósticos ou “maquiar” o desenvolvimento do câncer; levando tardiamente o paciente para a descoberta ou tratamento da doença.
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