São Paulo 23/7/2021 –
Métodos alternativos, como a acupuntura, se mostraram eficientes para o tratamento da enxaqueca
Pesquisadores internacionais vêm buscando alternativas terapêuticas para a cura da enxaqueca, conhecida como sendo uma dor de cabeça pulsante que pode vir a durar mais de quatro horas e tornar-se até mesmo incapacitante. Uma das motivações desses pesquisadores é encontrar soluções para pacientes que não conseguem responder a uma terapia com medicamentos. Algumas das abordagens que se apresentaram eficientes foram a acupuntura, a exposição à luz verde e a prática frequente de exercícios físicos. Além disso, o prosseguimento com as pesquisas para a descoberta de novas práticas é defendido pelos pesquisadores.
Nesse sentido, pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, avaliaram, detalhadamente, como os exercícios físicos, por exemplo, impactam em pessoas com crises de cefaleia constantes. 4.647 voluntários que sofrem com a enxaqueca responderam a um questionário que analisa detalhes das crises, rotina de sono, estresse, ansiedade, depressão, quantidade de exercícios (e sua duração e frequência).
A pesquisa apresentou que 1.270 pessoas, ou seja, 27% do total de voluntários, alegam praticar exercícios com regularidade. Esse grupo mostrou uma frequência mais baixa de crises de enxaqueca se comparado aos outros. Além disso, também foi observada uma taxa menor de desencadeadores da enxaqueca incapacitante, como, por exemplo, depressão e estresse, em pessoas que praticavam atividades físicas com regularidade. “Vimos, por exemplo, que problemas de sono foram relatados por 77% das pessoas no grupo sem exercícios, em comparação com 61% no grupo dos exercícios intensos”, apresenta o autor do estudo, divulgado durante a 73ª Reunião Anual da American Academy of Neurology, em fevereiro deste ano.
O neurologista responsável pelo Ambulatório de Cefaleia do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (UnB) afirma que terapias não medicamentosas são essenciais no tratamento profilático. “Para o paciente com enxaqueca crônica refratária (em que as terapias tradicionais não funcionam), será a combinação de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos que vai contribuir com a redução das crises e a melhora da qualidade de vida”, conta. Foi apresentado ainda que, apesar de significativo, o resultado da pesquisa tem um caráter preliminar.
Em relação à acupuntura
Sobre a acupuntura, um estudo chinês mostra uma diminuição no volume de crises por semana. 147 pessoas foram escolhidas, com histórico de enxaqueca e que não tinham realizado uma abordagem alternativa antes. Os pacientes foram orientados a não tomar analgésicos ou outro tratamento durante a realização da pesquisa, que teve prazo de 12 semanas. Metade dos participantes foi submetida a 20 sessões de acupuntura, e metade a 20 sessões de acupuntura simulada, sem alcançar pontos específicos do corpo.
“Vimos que a prática resultou em redução dos dias da semana em que houve crise de enxaqueca (de três para dois dias), além de diminuição na intensidade da dor sentida pelos participantes”, comentou, em comunicado, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade de Medicina Hubei. Ele ainda acrescenta que “a melhora foi tímida, mas, ainda assim, defendemos essa atividade como uma terapia auxiliar para quem sofre com esse tipo de dor”.
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