São Paulo, SP 16/7/2021 – As operações em águas ultraprofundas do pré-sal representam cerca da metade dos recursos de petróleo e gás descobertos nos últimos dez anos
O Cenário Energético Mundial passa por grandes transformações, mas pesquisas sugerem que o petróleo e o gás ainda continuarão a desempenhar um papel importante no sistema energético global até 2050, segundo a Agência Internacional de Energia (EIA). A agência prevê um aumento da demanda global por petróleo de 3,5 milhões de barris/dia até 2025. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, os países em desenvolvimento devem liderar com o crescimento econômico e o consumo de energia, correspondendo a 70% da demanda global de energia em 2050.
O início da exploração do petróleo no mar trouxe riscos econômicos superiores à exploração em terra, pois exigiu altíssimos investimentos em plataformas de perfuração, embarcações de apoio, estudos geofísicos e mão de obra qualificada, informa Marcos Ceodaro Pais, graduado em Engenharia Industrial Elétrica, com curso Técnico em eletrônica. “Ao começar pela exploração em águas rasas, com até 300 metros de lâmina d’água e, resolvidas as questões técnicas referentes a esta exploração, partiu-se então, para um novo desafio tecnológico visando à exploração de águas profundas”, relata Marcos.
Um dos maiores desafios na época, afirma o engenheiro industrial, foi a falta de tecnologia apropriada para o feito, visto que os equipamentos até a segunda metade da década de 80, somente alcançavam a marca de 400 metros. Ele diz que para exploração em águas profundas, exigia tecnologia de exploração a partir de 400 metros a 1.000 metros de lâmina d´água.
“Muitos desconhecem, mas o Brasil foi um dos últimos países a descobrir petróleo na América Latina. Para resolver essa questão, que levou muitos anos, criou-se a Petrobras, em 1953. A empresa estatal tinha missão de descobrir petróleo no território brasileiro, visando, assim, resolver a dependência do país na importação de combustível. Mas, no decorrer das décadas foi muito além disso, e hoje, detém o pioneirismo na exploração de águas profundas e ultraprofundas”, explica Ceodaro, com conhecimento nas áreas de manutenção, gestão de pessoas e planejamento, na área off-shore de produção de petróleo e diversos treinamentos oferecidos pela Universidade de Harvard para gestão de pessoas (EAD).
Atualmente, nesse segmento, o profissional lembra que os Estados Unidos é um dos maiores produtores de petróleo no mundo, já o Brasil se destaca como grande produtor de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Ele avisa que a principal aposta para a produção de petróleo e gás no Brasil vem dos poços da camada do pré-sal.
As projeções destacadas pela EIA para 2025, segundo Marcos, apresentam um grande aumento na exploração off-shore, com destaque em águas profundas, “As operações em águas ultraprofundas do pré-sal, nas quais o Brasil é líder mundial de investimentos em projetos de exploração, representam cerca da metade dos recursos de petróleo e gás descobertos nos últimos dez anos”, explana o engenheiro industrial.
Conforme o especialista, considerando-se apenas a produção em águas ultraprofundas, o Brasil e os Estados Unidos possuem aproximadamente 90% da produção mundial e estão consolidados como os principais produtores e desenvolvedores de novas tecnologias e soluções. Hoje, esses países são os principais produtores de petróleo, muito embora a produção americana em campos terrestres seja maior do que em campos marítimos.
De acordo com a IEA, comparando as perspectivas de 2020, antes da pandemia da covid-19, a crise tirou 2,5 milhões de barris/dia da rota de crescimento em cinco anos estimada no ano passado. Até 2026, a agência prevê um consumo de 104,1 milhões de barris/dia, um aumento de 4,4 milhões de barris/dia em relação a 2019.
“O trabalho que desenvolvemos no pré-sal, através de bilhões de investimentos em tecnologia, proporciona ao Brasil ultrapassar a questão da autossuficiência em relação ao petróleo, como atingir o patamar de exportador, com estimativa de aumento de produção de mais de 100%, transformando o Brasil no maior produtor da América do Sul”, conclui Marcos Ceodaro, com experiência de mais de 14 anos em equipe de manutenção orientada a integridade e disponibilidade dos equipamentos para manter a unidade de produção de petróleo off-shore.
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