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Política chinesa Green Fence e a National Swor mudam mercado de resíduos recicláveis e obrigam outros países a se reinventarem

Mais da metade dos resíduos plásticos, eletroeletrônicos, têxteis e de papel gerados no globo terminam em solo chinês

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São Paulo, SP 20/7/2021 – Foi alterada a exigência de pureza dos resíduos de 90% a 95% para 99,5%. Estas notícias foram recebidas com muito alarde pelo setor

Considerada a maior importadora mundial de lixo estrangeiro, a China gerou impacto global ao implementar políticas que elevaram as exigências da importação de resíduo, segundo o estudo de cientistas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. O estudo estima que para os próximos 10 anos cerca de 111 milhões de toneladas de lixo plástico serão afetadas pelas exigências e proibição de importações.

A China tem sido o principal destino dos resíduos recicláveis do mundo, especialmente da Europa e dos EUA nas últimas décadas, com uma combinação entre a alta oferta gerada pelas coletas seletivas das grandes cidades ocidentais, aliadas a uma grande demanda por insumos (metais, plásticos e papéis), informa Luiz Fernando Kormann Filho, bacharel em Engenharia Biotecnológica e em Engenharia Biológica. “A China historicamente possui uma política ambiental mais branda e uma competitividade industrial que criou uma sinergia com a produção de resíduos no ocidente, que durou muitos anos”, menciona Luiz.

Tudo isso mudou a partir do ano de 2013, diz o engenheiro, a China visando diminuir a poluição e melhorar a qualidade do ar, implementou inicialmente a política Green Fence. Com esse propósito, passou a deixar mais rígidas as fiscalizações dos requisitos na entrada de resíduos no país.

Kormann  avisa que, depois da Green Fence, foi a vez da política National Sword ou Green Sword, política que proíbe a importação de certos tipos de resíduos sólidos e estabelece limites da contaminação de materiais recicláveis. “Foi alterada a exigência de pureza dos resíduos de 90% a 95% para 99,5%. Estas notícias foram recebidas com muito alarde pelo setor”, alega Kormann.

A Legislação de Resíduos da China, que entrou em vigor no início de 2018, proíbe importações de resíduos sólidos incluindo plásticos, produtos de papel e têxteis. De acordo com a lei, o não cumprimento da nova proibição de importação de resíduos sólidos pode resultar em multas pesadas tanto para o transportador de resíduos quanto para o importador, e as autoridades aduaneiras, também, ordenarão que os resíduos sólidos sejam devolvidos ao local de exportação para eliminação.

Conforme o especialista, após a implementação dessas políticas as consequências mercadológicas imediatas foram: diminuição dos valores dos materiais recicláveis, aumentos dos custos de processamento (para se chegar aos novos padrões chineses) e um aumento do envio de materiais a aterros. Porém, Luiz esclarece que junto com as dificuldades vieram outras oportunidades, e novas tecnologias de triagem foram utilizadas – laser, eletromagnética e infravermelho. As quais permitem analisar diversas características dos materiais (cor, composição, tamanho e densidade), para separar em tempo real e através de válvulas de ar comprimido as impurezas das aparas. 

Esse processo, explana o profissional, permite chegar ao nível de pureza exigido pela nova política chinesa com menores custos, o que coloca quem investiu em tais tecnologias em ótima posição perante a concorrência. Soma-se a isso a oportunidade de recicladores de outros países, que antes não tinham competitividade para acessar ao mercados norte-americano e europeu de resíduos, e em função da competição chinesa tiveram acesso a tais mercados. “Em especial as empresas do Sudeste Asiático e da América do Sul se beneficiaram desta nova conjuntura”, explica Kormann, com experiência em processo de reciclagem e embalagens flexíveis, em solucionar problemas nas águas residuais industriais e em encontrar usos alternativos para subprodutos do sistema de águas residuais industriais.

Segundo a pesquisa dos cientistas da Universidade da Geórgia, os países de renda elevada na Europa, Ásia e Américas respondiam por mais de 85% de todas as exportações globais de resíduos plásticos. Globalmente, a União Europeia era a maior exportadora de lixo plástico.

“O investimento em novas tecnologias, também na reciclagem dessas aparas, permite que se melhore a eficiência, contornado o problema do alto custo de mão de obra, e permitindo a reciclagem dentro do país de origem de tais aparas. A Green Fence e a National Sword criaram um terremoto no setor e também forçaram um setor inteiro a se reinventar. Uma onda de inovação e investimento poderia diminuir a dependência asiática neste setor, criar novos empregos e melhorar a sustentabilidade de um mercado que gira em torno deste tema”, declara Luiz Fernando Kormann Filho.

No Brasil, o índice de reciclagem de plásticos pós-consumo ficou em 24% em 2019 (último ano com dados consolidados), um crescimento de 8,5% em comparação ao ano anterior, segundo o relatório do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), Braskem e MaxiQuim. Conforme o levantamento, foram produzidas 838 mil toneladas de plásticos reciclados, onde a Região Sudeste foi responsável por 51,6% da produção com 464 mil toneladas, seguida pela Região Sul com 226 mil toneladas, Nordeste com 94 mil toneladas, Centro-Oeste com 40 mil toneladas e Norte, com 12 mil toneladas.

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DINO Agência de Notícias Corporativas

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