São Paulo 13/8/2021 – Jovens ouvem música clássica para relaxar e se concentrarem.
Música clássica volta a ter espaço nos streamings de musica e boa parte dos ouvintes são jovens.
As restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, há mais de um ano, têm transformado hábitos de pessoas do mundo todo, até mesmo hábitos digitais e com isso mudado alguns padrões de comportamento, inclusive em relação ao entretenimento. Uma pesquisa realizada pela Comscore aponta que a audiência em plataformas digitais brasileiras tem registrado um crescimento considerável: aumento de 22,8% na categoria entretenimento e 26,2% nas redes sociais, segundo números obtidos no início de 2020.
Somado a isso, com o avanço da transformação digital – impulsionadas também pela Covid 19, muitas pessoas passaram a consumir o que, normalmente, não consumiam. Um exemplo é o crescente número de jovens, com idades entre 18 a 25 anos, que têm ouvido música clássica nesse período. Segundo os participantes da pesquisa, a sensação de relaxamento e bem-estar ligado a algo que eleva o espírito são alguns dos atrativos que os levam a ouvir músicas de orquestras.
Para eles, esse tipo de música os mantêm tranquilos e ajudam a se concentrarem enquanto trabalham ou estudam. E além de ouvirem as obras através de streamings de música esse público, mais jovem, tem acompanhado concertos de orquestras, transmitidos pela internet, o que colabora ainda mais para o rejuvenescimento do público que consome esse tipo de gênero.
Assim como os espectadores, diversos músicos encontraram nas redes sociais a possibilidade de estender a paixão pela música. Um levantamento feito pela Royal Philharmonic Orchestra da Inglaterra mostrou que as mesmas pessoas que consomem música clássica através da internet usam a rede para buscar conteúdos ligados a esse universo e isso pode ser constatado pelo número de profissionais da área que têm usado as redes sociais e grandes plataformas para levar a arte e até mesmo seus conhecimentos, sobre música, ao grande público.
Marcus Held, criador do projeto Música Pretérita, é um desses profissionais.Violonista, professor e pesquisador, o músico, que é doutorando e mestre em Musicologia pela Universidade de São Paulo (USP), tem disseminado a pesquisa em música histórica através da internet. Especialista em músicas dos séculos XVI, XVII e XVIII, Marcus utiliza seus canais para mostrar como a música e a história podem revelar muito sobre o mundo atual, sempre usando o pensamento musical para lançar provocações e reflexões sobre o tema.
Entre os seguidores estão não só acadêmicos e músicos, como pessoas que apenas se interessam por obras de música sinfônica. Por isso Marcus aborda um conteúdo elaborado, de forma reflexiva, criando aproximação e desmistificando o assunto sem perder a profundidade. Em suas publicações o músico une música, arte, história e traz o contexto em que esses registros aconteceram para que quem leia, possa admirar e ao mesmo tempo refletir sobre o tema.
Para as pessoas participantes dessa pesquisa criar essa aproximação e estar aberto a todo tipo de público é o caminho para que instituições culturais se tornem melhores e mais relevantes. Com um potencial público a ser conquistado, todos os esforços nesse sentido são bem-vindos e podem contribuir para que o acesso à cultura seja disseminado e mais pessoas possam apreciar essa arte, até mesmo como instrumento de transformação.
Website: https://www.instagram.com/musicapreterita/
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