Minas Gerais 30/8/2021 –
Segundo Abicalçados, a tendência é de incremento de 13% de lucro no decorrer do ano de 2021 e fabricantes se adequam para não ficar para trás com as mudanças do mercado
O último biênio apresentou grandes desafios para variados setores da indústria tanto no Brasil quanto no mundo. O cenário infeliz da pandemia do coronavírus, que acarretou em milhares de perdas de vidas e uma reformulação abrupta na saúde, educação, indústria e comércio, fez com que serviços e produtos deixassem de ser consumidos como o esperado, causando uma enorme crise econômica vista ainda hoje. De acordo com o Sindilojas – São Paulo, a constatação foi de que o setor de vestuário foi o mais afetado em termos de comércio desde o início da pandemia até o final do ano de 2020. O faturamento do varejo até o final do ano passado teve queda de 6,7% em relação a 2019.
No entanto, houve inovação e, apesar dos impasses do cenário negativo que ainda se arrasta, a melhora no setor cresce a passos curtos. Pela necessidade de adaptação, a clientela passou a consumir de maneira remota, tendo 91% dos usuários priorizando a compra online no lugar da presencial, segundo análise da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com a Offerwise Pesquisas. Essa constatação faz parte de uma série de tendências para o varejo em 2021, veiculadas pelo G1, e que possibilitam enxergar um novo panorama para quem vive do setor de vendas de produtos.
O Informativo Abinforma, da Associação Brasileira da Indústria de Calçados , aponta que mesmo perdendo mais de 1.000 postos de trabalho em maio deste ano, o setor segue positivo no acumulado do ano. A coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados revela que o saldo é positivo, pois, mesmo com as perdas de postos, os maiores núcleos da indústria mantiveram, somados, mais de 150 mil trabalhadores empregados, dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, entre outros. A profissional afirma ainda que este foi o menor número de demissões dos últimos 11 anos, mesmo com o cenário de pandemia ainda dificultando a vida da população.
Empresas buscam superação da crise e adequação ao novo cenário
Um dos exemplos de negócio que buscam superação é a Maximo Compras, plataforma de compras para lojistas que vende produtos de fábrica de calçados e busca facilitar o contato do lojista com o produtor. A empresa passou por momentos de dúvidas em relação ao mercado, trazendo uma reflexão de Alexandre Pereira, CEO da marca:
“Percebemos alguns comportamentos novos em nossos clientes e passamos a dar uma atenção maior para as mídias sociais, que são muito utilizadas por nossos clientes em busca de novas tendências do mercado da moda. Outro ponto a ser destacado diz respeito à procura de novos fornecedores, pois a busca pelo ‘fast fashion’ fez com que nossa demanda aumentasse”, afirma o executivo.
Alexandre conta também que uma das atitudes da empresa foi ter se adequado às demandas de consumo virtuais. Ou seja, para o CEO, ter uma estrutura de mostruário, atendimento e pagamento por meio de uma plataforma digital que busca oferecer segurança e praticidade para o consumidor, pois isso gera mais conforto, agilidade e segurança para a saúde de todos que ainda podem ser expostos ao vírus da Covid-19.
Segundo a gestora do Brazilian Footwear na Apex-Brasil, Mariele Lais Christ, a expectativa da área é de retomada econômica, levando em consideração o avanço da vacinação contra o novo coronavírus e gradual normalização do comércio. A tendência é de incremento de 13% no lucro ao longo do ano de 2021 e que os mercados-alvo do Brasil aumentem o consumo dos produtos. Os EUA é historicamente o destino principal das exportações de calçados brasileiros, seguido por países como Colômbia, Reino Unido, França, Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul. Apenas esses países unidos consomem anualmente aproximadamente 4,5 milhões de pares de calçados brasileiros.
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