São Paulo 2/2/2022 – A maioria dos empresários brasileiros está preocupada com a crise hídrica. É o que mostra levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria.
As mudanças climáticas devem ser enfrentadas em conjunto com a proteção dos recursos hídricos do planeta.
Em um momento histórico, quando se discute os problemas ocasionados pelo excesso ou a escassez de água trazidos pela mudança climática, quem detém água, detém alimentos; e nações dependentes de importação para alimentação estão em forte desvantagem na geopolítica.
“Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o país detentor da maior disponibilidade hídrica do planeta, com cerca de 12% do deflúvio médio mundial, mas passa por um dos mais longos períodos de estiagem de sua história”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
O Brasil é rico em água por causa da Bacia Amazônica e por suas complexas interações entre o ecossistema amazônico e a produção de água. A vegetação, especialmente a nativa, tem enorme importância na transpiração e na diminuição do escoamento superficial das chuvas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), problemas climáticos poderão afetar a taxa anual do Produto Interno Bruto (PIB), o que traz um alerta para o cuidado com o manejo da água, devido à possibilidade de seca.
A maioria dos empresários brasileiros está preocupada com a crise hídrica. É o que mostra levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto a 572 empresas entre junho e julho de 2021. De acordo com os dados, o maior temor dos industriais é o aumento do custo da energia, 83% apontaram esta como a principal preocupação. “Outros 63% se dizem preocupados com o risco de racionamento e 61% com a possibilidade de instabilidade ou de interrupções no fornecimento de energia”, relata Vininha F. Carvalho.
Responsável por cerca de 10% do faturamento total do PIB (Produto Interno Bruto), a indústria de alimentos brasileira se destaca não apenas pela força econômica. “Os investimentos estão em todas as frentes, desde a redução no uso de recursos naturais até as ações de capacitação profissional, elaboração de projetos sociais para o desenvolvimento das comunidades locais e adoção de estratégias de gestão de resíduos e redução do consumo de água”, confirma o presidente executivo da ABIA, João Dornellas.
Através de tecnologias inteligentes é possível monitorar a qualidade e quantidade de água e a detecção de vazamentos de água em redes de distribuição. O método já é utilizado em países como Reino Unido e EUA onde as perdas na rede de distribuição de água potável são em torno de 20%. Sendo que um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado em maio de 2021, apontou que a perda na rede de distribuição brasileira foi de 38,4%.
“A vida humana está diretamente ligada a preservação dos recursos hídricos, pois além de necessitar de água para garantir a sua sobrevivência, nos rios habitam milhares de espécies da fauna e da flora, incluindo distintos hábitats que proporcionam a existência de outros organismos. Há em uma boa parte do Brasil e da América do Sul excelentes condições de disponibilidade hídrica e, é uma questão de governança gerenciar esse recurso para benefício das presentes e futuras gerações”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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