São Paulo 6/8/2021 –
Aumento do preço de veículos novos e queda do poder aquisitivo do consumidor impactaram diretamente o mercado de usados
Empresa especializada em pesquisa de preços de veículos, a Kelley Blue Book Brasil (KBB Brasil) divulgou em sua mais recente publicação números interessantes para o mercado de carros usados no país. De acordo com o levantamento, modelos com quatro a dez anos de uso tiveram uma valorização média de 13% nos primeiros seis meses de 2021.
Entre os fatores que explicam a alta nos valores de veículos seminovos, estão a escassez de unidades e o aumento do preço médio de modelos zero-quilômetro (alcançando níveis bastante acima da inflação), bem como a redução do poder aquisitivo do consumidor. Com isso, muitos compradores se viram obrigados a recorrerem aos modelos usados, tornando esse mercado mais aquecido.
Um dado interessante revelado pela pesquisa é que os automóveis com dez anos de rodagem foram os principais responsáveis por alavancar os preços do grupo de usados, com uma variação acumulada de 15%, dois pontos percentuais acima da média do segmento. Apesar disso, os valores de carros fabricados entre 2011 e 2017 tiveram uma taxa média de aumento acima dos 10% entre janeiro e junho deste ano.
Vendas de usados em 2021
Segundo dados de vendas da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o primeiro semestre do ano registrou uma média diária de pouco mais de 59 mil transações de carros usados, incluindo motos e pesados. Esse número foi 7,8% maior do que no mesmo período de 2019, último ano antes do início da pandemia de Covid-19. No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, foram vendidos mais de 5,4 milhões de automóveis e comerciais leves usados no país.
Preços dos carros populares cresceram em até 20% em 2021
Historicamente utilizados como referência para quantificar altos valores, os preços de veículos populares também subiram na primeira metade do ano, com modelos atingindo até 20% de aumento no preço. Essa parte da pesquisa realizada pela Kelley Blue Book Brasil, entretanto, não considerou carros usados, apenas as versões zero-quilômetro de automóveis e comerciais leves.
Entre os dez modelos de entrada mais baratos, destaca-se o Fiat Moby Easy, que sofreu uma variação de 15,8% entre janeiro e junho deste ano e, hoje, está avaliado em R$ 44 mil). Completam o top 5 o Renault Kwid Life (atualmente estimado em R$ 44,3 mil e alta de 8,3%), o Hyundai HB20 Sense (vendido a R$ 58,9 mil em junho e aumento de 10,5%), o Volkswagen Gol (comercializado por R$ 60,3 mil, com crescimento de 9,6%) e o Volkswagen Fox Connect (hoje encontrado a R$ 62,3 mil e uma variação de 15,4% nos últimos seis meses).
Considerando apenas os modelos novos de 2019 a 2022, o aumento do ticket médio foi de 4,28%. Nessa tabela da KBB Brasil, carros de 2019 sofreram um reajuste de 3,48% no primeiro semestre deste ano, enquanto as unidades de 2020 tiveram variação de 2,99%, as de 2021, 5,1%, e os veículos ano 2022 viram o preço subir 7,68% em seis meses.
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