São Paulo 12/8/2021 –
O tema é prioridade para a maioria das companhias brasileiras, mas 71% ainda não possuem uma área para tratar da questão emocional dos colaboradores
Mais do que nunca, os cuidados com a saúde mental no mercado de trabalho têm se tornado fundamentais, visando ao desempenho e bem-estar dos colaboradores dentro de uma companhia. No entanto, apesar de esse ser um tema bastante discutido nos últimos anos, uma pesquisa da startup Kenoby (especializada em tecnologia para recrutamento e seleção) revelou que 93% dos departamentos de Recursos Humanos (RH) das empresas ainda ignoram essa questão.
O estudo ouviu 488 profissionais de RH atuantes em negócios com até 500 funcionários em todo o território nacional e, mesmo mostrando que o assunto está entre as prioridades de muitas empresas, há ainda a falta de um planejamento e investimentos para solucionar o problema. Prova disso é que, embora 62% das companhias analisadas levem o tópico em consideração, cerca de 71% delas não possuem uma área ou equipe específica para tratar da saúde mental, e 53% não sabem em quanto tempo isso poderá ser solucionado.
Com a falta de abordagem interna, o temor de 37% dos especialistas de RH ouvidos é que os problemas emocionais durante a rotina de trabalho possam afetar diretamente o engajamento e produtividade individual e coletiva. As consequências disso podem ser bem preocupantes, como o aumento dos níveis de estresse e ansiedade, a perda de controle emocional e até casos mais graves de depressão.
O estudo da Kenoby foi um medidor que mostrou como as empresas estão mais atentas e abertas a discutirem a questão da saúde mental internamente. Um dos principais motivos disso foi a pandemia de Covid-19, que acabou evidenciando um problema já existente há muito tempo, mas potencializado pelo medo da doença, as restrições sociais e as incertezas sobre o futuro da sociedade a curto e médio prazos.
A importância de cuidar da saúde mental dos colaboradores
Saúde mental e trabalho estão diretamente ligados. Segundo pesquisas da multinacional Regus, 60% dos colaboradores consideram a vida profissional o seu principal ponto de desequilíbrio emocional. Somente entre 2003 e 2010, foram registrados 1.719 casos de suicídio no trabalho nos Estados Unidos. A constante pressão por resultados, ambientes hostis e até os relacionamentos pessoais podem contribuir para o abalo psicológico de muita gente.
Diante de um cenário preocupante como esse, é fundamental que os departamentos de Recursos Humanos estejam cada vez mais atentos e invistam boa parte de sua energia em abordar tais questões. Dentre as medidas de maior sucesso, está a promoção de um ambiente de trabalho mais confortável e aberto ao diálogo, com mais flexibilidade e compreensão individual.
Quanto ao acompanhamento do bem-estar dos funcionários, é essencial uma gestão mais transparente, com valorização profissional, feedbacks e orientações. Também há espaço para estratégias de gerenciamento psicológico, com análise do perfil de cada colaborador, além do oferecimento de atividades alternativas de relaxamento e benefícios flexíveis, concedidos por meio de parcerias com empresas voltadas à saúde física e mental.
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