São Paulo – SP 22/9/2021 – Eu vejo que as orelhas proeminentes realmente incomodam as pessoas e elas relatam mudanças de comportamento após a operação, de autoconfiança
Crescimento nas buscas por procedimento cirúrgico no Google em 2020 foi de 160%; de acordo com o Censo 2018 da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), as cirurgias em orelhas correspondem a 3% do total de cirurgias plásticas estéticas realizadas no país
São muitos os impactos que a pandemia de Covid-19 pode trazer ao autorreconhecimento humano, com consequências ainda intangíveis. O excesso de reuniões em salas virtuais e chamadas de vídeo, por exemplo, pode levar a pessoa a se atentar, de forma excessiva, aos detalhes – positivos e negativos – do rosto. Da mesma forma, novos hábitos, como o uso de máscaras, pela pressão exercida pelo objeto na parte de trás das orelhas, pode evidenciar o incômodo em pessoas que se queixam da proeminência ou da assimetria desta parte da face. Tais fatores podem, nesse sentido, explicar o crescimento de 160% nas buscas por otoplastia, a cirurgia de correção de orelhas, no Google, em 2020.
De acordo com o Censo 2018 da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), as cirurgias de otoplastia correspondem a 3% do total de cirurgias plásticas estéticas realizadas no país. As orelhas proeminentes têm origem genética e podem ser tratadas logo no início da vida do bebê por meio da utilização de um molde de silicone na região. Cirurgias plásticas, porém, podem ser realizadas em crianças a partir de 7 anos, segundo a SBCP.
Sobre os casos de cirurgias plásticas estéticas em crianças e adolescentes, segundo a SBCP Blog, de uma forma geral, a incidência de casos em crianças até 12 anos é de 1,8% do total dos casos, ao passo que, entre adolescentes de 13 a 18 anos, o número chega a 4,8% do total.
Intervenção pode trazer melhoria da autoestima e maior bem-estar
A busca por uma maior autoestima, em geral, motiva a procura pela cirurgia de otoplastia, visto que trata-se de uma cirurgia plástica estética de uma região facial de grande visibilidade.
Entre crianças e adolescentes, porém, casos de bullying podem fazer com que esta procura por parte dos pais das crianças com orelhas proeminentes ocorra com mais frequência – de acordo com pesquisa realizada em 2019 pela USP (Universidade de São Paulo) em parceria com a Universidade de Cambridge, 28,7% dos adolescentes já foram vítimas de bullying.
“O retorno do paciente em relação a melhora da sua autoestima, melhora do bem-estar é a coisa mais importante da cirurgia para um cirurgião plástico”, afirma o Dr. Mauro Speranzini. “Eu vejo que as orelhas proeminentes realmente incomodam as pessoas e elas relatam mudanças de comportamento após a operação, de autoconfiança”.
O cirurgião plástico especializado em otoplastia aponta um dado, ainda, de grande incidência de casos em que o paciente necessita realizar cirurgia reparadora decorrente de uma operação anterior malsucedida.
“Faço muitas cirurgias reparadoras, e isso hoje representa 20% do meu atendimento. Isso vai criando uma imagem muito negativa da profissão e muitas pessoas hoje procuram não médicos porque eles oferecem procedimentos mais simples, que é o que elas querem, achando que o simples vai lhe dar melhores resultados”, alerta.
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