Ribeirão Preto, SP 25/11/2021 – De nada adianta pagar mais barato na Black Friday e ter de parcelar a fatura do cartão de crédito de dezembro ou pagar taxas e multas de atraso
Em um ano de instabilidade política e econômica, consumo consciente durante a Black Friday será fundamental
Expectativa da Associação Brasileira de Shopping Centers é de que haja crescimento de 19% nas vendas da Black Friday deste ano em comparação a do ano passado. Com isso, a projeção é movimentar R$ 2,9 milhões entre a quinta-feira, 25, e o domingo, 28. Os números no comércio on-line também são empolgantes: previsão de 8,5 milhões de compras, transacionando, assim, R$ 6,1 bilhões – um aumento de 18% em relação ao faturado em 2020, aponta estudo da Neotrust.
Contudo, o acesso à Black Friday não é igual a todas as classes sociais. Com a inflação acumulada de 10,25% nos últimos 12 meses, as classes C, D e E precisam escolher prioritariamente o que consumir, a fim de não terminar o vermelho e começar 2022 no vermelho. Além disso, relatório da Kaspersky aponta que nos períodos antecedentes à Black Friday 2021, o número de tentativas de phishing financeiro cresceu 208%, no comparativo entre setembro e outubro de 2021. Ou seja, é preciso tomar cuidado com os dados financeiros neste período.
Sendo assim, para consumir de forma responsável na Black Friday e não se endividar nem cair em golpes digitais, Vinícius Arruda, diretor executivo do hub de inovação e plataforma de educação financeira MaisTODOS, apresenta oito dicas nesta entrevista.
1. Como lidar com as compras por impulso?
Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que 60% dos consumidores brasileiros realizam compras por impulso. Em uma Black Friday, então, em que as lojas bombardeiam a todos com ofertas supostamente imperdíveis, a tentação pode ser maior. Assim, é sempre importante tirar alguns minutos para refletir caso se trate de uma compra que você já estava se planejando para fazer ou uma decisão tomada no calor do momento, mas que pode vir a comprometer seu orçamento financeiro.
2. É possível aproveitar os descontos sem se endividar?
Uma forma prudente de aproveitar os descontos expressivos da Black Friday de forma acertada é fazer uma lista prévia de produtos dos quais você realmente precisa e que são indispensáveis em sua rotina, mas que até o momento não deu para comprar. Com essa lista em mãos, analise se ainda dá para cortar alguma coisa, filtrando ainda mais os itens. Feito isso, anote os preços dos produtos antes da Black Friday, e havendo um desconto realmente expressivo na sexta-feira dos descontos, efetive a compra, se o preço final do produto realmente valer muito à pena.
3. Neste período, aparecem alguns descontos que parecem mentira. Muitas vezes, são mesmo. Como identificar quais são legítimos e quais são golpes?
De fato, alguns grandes players do mercado de varejo oferecem descontos que parecem até enganação, mas por possuírem condições exclusivas de negociação com fornecedores e estoques em grande quantidade, eles conseguem sustentar a oferta de forma legítima e idônea. Porém, caso o desconto seja muito abaixo do praticado no mercado em uma loja desconhecida, é fundamental desconfiar, investigar e, possivelmente, não comprar, para não cair em um golpe digital, como o roubo dos dados bancários. Desconfie também de métodos de pagamentos pouco usuais no comércio eletrônico, como transferências bancárias ou Pix para pessoas físicas ou jurídicas suspeitas.
4. Qual a sua dica para quando a compra for em uma loja que não é muito famosa?
Caso esteja comprando de uma loja que não é tão conhecida, pesquise antes sua reputação em sites como o Reclame Aqui e o Procon. Às vezes, uma simples busca no Google já é suficiente para encontrar denúncias de consumidores lesados e evitar se tornar mais um.
5. Fala-se muito em sites seguros. Como saber se um site é, de fato, seguro?
Para checar isso, basta verificar se há o símbolo de um cadeado ao lado do endereço da página, na barra do navegador. Isso é mais um indicador da confiabilidade do site.
6. Qual outra dica nesse âmbito da segurança digital?
Redes públicas ou de estabelecimentos comerciais podem não ser seguras para fazer transações financeiras. Assim, prefira sempre deixar para fazê-las em redes privadas e domésticas, como a da sua própria casa.
7. Consumir conscientemente é bem diferente do consumismo. Mas como conseguir esse equilíbrio para a saúde mental e financeira?
Priorize gastos conscientes, ou seja, aqueles para os quais você já se planejou ou, ainda, que trarão benefícios a longo prazo, e não apenas uma satisfação de compra imediata. Outra indicação oportuna é o uso de descontos de Black Friday para aquisição de produtos e serviços essenciais, como saúde, educação, gás de cozinha, telefonia, medicamentos etc. O Cartão de TODOS, por exemplo, irá realizar uma campanha de Black Friday onde a taxa de adesão e as duas primeiras mensalidades custarão apenas R$ 1. E com isso, o filiado terá acesso a serviços e produtos de qualidade com descontos expressivos em setores que realmente são indispensáveis para toda a família e durante o ano inteiro, não apenas na Black Friday.
8. É viável adequar a Black Friday no orçamento mensal e não terminar o ano no vermelho?
Mesmo que os descontos sejam tentadores e você precise de algum produto ou serviço e esteja aguardando a data da Black Friday, verifique se haverá saldo em sua conta para pagamento de faturas de cartão ou boletos no mês seguinte. De nada adianta pagar mais barato na Black Friday e ter de parcelar a fatura do cartão de crédito de dezembro ou pagar taxas e multas de atraso. Isso certamente tornará a compra muito mais cara e o desconto recebido no ato de compra poderá não ter valido à pena.
Entre compras presenciais e no on-line, a Black Friday 2021 movimentará bilhões de reais no país, conforme apontam as pesquisas. Contudo, o especialista Vinicius Arruda reforça que para não começar 2022 endividado por compras impulsivas realizadas neste período, planejamento e pé no chão são fundamentais, principalmente entre as classes C e D. Estas sentem mais fortemente a inflação, que já chegou a 10,12% no acumulado dos últimos 12 meses no Brasil, de acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. As promoções podem ser tentadoras, mas a fatura do cartão de crédito em algum momento chegará.
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