Atibaia, SP 30/8/2021 – A importância do consórcio não está apenas na grandeza de seus números, mas sim e, principalmente, pelos benefícios que podem ser proporcionados ao consorciado.
Ao diferenciar a modalidade entre investimentos financeiros, aplicações no mercado com rendimentos, e investimentos econômicos, quando os resultados são oriundos da utilização dos bens para uso profissional ou empresarial, a análise dos benefícios, proporcionados pelo sistema, se dá de diversas formas.
Com uma história de quase 60 anos, o sistema de consórcios tem crescido e atingido marcas significativas em diversos indicadores. Os totais de vendas de cotas, contemplações e participantes ativos, por exemplo, superaram as expectativas e surpreenderam no período da pandemia.
Segundo Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, “a importância do consórcio não está apenas na medida da grandeza de seus números, mas, principalmente, pelos benefícios que podem ser proporcionados ao indivíduo que a ele adere”.
Ao diferenciar a modalidade entre investimentos financeiros, aplicações no mercado com rendimentos, e investimentos econômicos, quando os resultados são oriundos da utilização dos bens para uso profissional ou empresarial, a análise dos benefícios, proporcionados pelo sistema, se dá de diversas formas.
No recente estudo denominado de Financial Access and Labor Market Outcomes: evidence from credit lotteries ou Acesso Financeiro e Resultados do Mercado de Trabalho: Evidências de Loterias de Crédito, desenvolvido pelos pesquisadores Bernardus Van Doornik, Armando Gomes, David Schoenherr e Janis Skrastins, e disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, é abordada a melhoria da mobilidade do trabalhador por meio dos consórcios.
Em seu conteúdo, apontam-se resultados como a superação de obstáculos na busca pelo emprego e o aumento das chances de uma melhor colocação no mercado de trabalho, com retornos cada vez maiores sobre o investimento na aquisição de bens pelo Sistema de Consórcios.
Ainda com relação ao estudo, que teve como base o segmento de motocicletas, adquiridas através do Sistema de Consórcios, Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, destacou a afirmação e a pergunta de pesquisa contidas na introdução do trabalho: “Várias intervenções têm sido propostas para superar os obstáculos ao desenvolvimento econômico das famílias de baixa renda. Muita esperança tem sido colocada no poder transformador do acesso financeiro: o retorno marginal sobre o capital deveria ser maior para os indivíduos com maiores restrições de capital. No entanto, testes de controle aleatórios realizados em um conjunto diversificado de cenários e países demonstram efeitos modestos ou nulos da extensão do crédito para as famílias de baixa renda.”
Esses resultados levantam uma dúvida: é o retorno sobre o capital que geralmente é menor do que o esperado para as famílias com restrições de credito ou são as intervenções que precisam ser direcionadas a populações e investimentos que geram maiores retornos?
Barbagallo explica que a contribuição do estudo é a verificação de que a facilitação de acesso ao crédito para investimento em mobilidade produz bons retornos.
Ao utilizar dados sobre os participantes de grupos de consórcios de motocicletas, que normalmente incluem indivíduos com restrições de crédito interessados em investir em mobilidade individual, os pesquisadores chegaram a conclusões estatísticas animadoras.
De forma conclusiva, Barbagallo observou que a extensão de crédito, via consórcios para investimento em mobilidade, permite que os indivíduos tenham acesso a mercados de trabalho geograficamente distantes, gerando, por consequência, impacto sobre rendimentos.
O estudo mostrou também que o mecanismo pode proporcionar crescimento permanente das taxas de emprego formal e de salários. Os resultados verificados apresentaram retornos anuais de 16,94% sobre o capital investido, quando considerado um horizonte de tempo de 10 anos.
“A extensão de crédito para investimento em mobilidade permite que os indivíduos acessem oportunidades de mercado de trabalho, independentemente da localização, produzindo retornos cada vez maiores, o que não seria possível com limitações para seu deslocamento”, diz o economista.
Os resultados sugerem que a facilitação de acesso à mobilidade, por meio do consórcio, para quem procura emprego, proporciona uma melhoria significativa de perspectivas, ao permitir que indivíduos em dificuldades financeiras tenham acesso à crédito para mobilidade individual.
Nas considerações, os pesquisadores citam evidências recentes de Beaman et al. (2020) que sugerem que o retorno sobre o capital é maior se for direcionado a indivíduos que se auto selecionam para os mercados de crédito. Isso indica que os mecanismos que podem atingir essa população geram maiores retornos sobre o capital.
Ao resumir, os pesquisadores afirmam que “tudo representa um desafio prático para os formuladores de políticas e pode ser um aspecto importante a considerar na concepção de mecanismos e políticas. Uma potencial vantagem do mercado de soluções é que, para serem sustentáveis, eles exigem endogenamente o direcionamento de populações que geram alto retorno, como é o caso dos consórcios no Brasil”.
Rossi, presidente executivo da ABAC, finaliza afirmando que “estudos com esse foco só reforçam a convicção de que o produto consórcio ajuda a realizar sonhos, não apenas de consumo, mas também de melhoria de condições de vida para muitos”.
Website: http://www.abac.org.br
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