São Paulo, SP 10/2/2022 – A escolha de locais e serviços direcionados reduz os casos de LGBTfobia e gera benefícios tanto a quem presta o serviço como para quem o consome
Sites e aplicativos com profissionais e usuários da comunidade LGBTQIA+ vão de serviços bancários à telefonia móvel; empreendedor diz que ambiente seguro contra preconceito é importante para crescimento do mercado e defesa da causa
O Brasil ostenta a maior Parada do Orgulho Gay do mundo, realizada em São Paulo, mas ocupa a inglória primeira posição no ranking dos países que mais matam transexuais. Marcas como essas dão uma mostra dos dilemas vivenciados pela população LGBTQIA+ brasileira: apesar de lotarem ruas e avenidas com a bandeira arco-íris, ainda enfrentam preconceito e violência em espaços públicos e locais de trabalho.
Um relatório da FGV Direito SP (Fundação Getulio Vargas) publicado em dezembro de 2020 mostra que há grande subnotificação de casos de violência homofóbica no Brasil. Contudo, um levantamento feito pela ONG Grupo Gay da Bahia estima que a cada 20 horas, um LGBTQIA+ morre no país devido à LGBTfobia. E segundo dados do IBDSEX (Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual) de 2019, 52% das pessoas LGBTQIA+ já sofreram discriminação ao menos uma vez.
Diante do ambiente violento e intolerante do dia a dia, o universo virtual tem se mostrado um porto-seguro para gays, lésbicas, bissexuais e transexuais que buscam diferentes tipos de serviços. Com efeito, sites e aplicativos voltados para o público LGBTQIA+ vão muito além do ambiente de paquera.
O Pride Bank, por exemplo, oferece serviços bancários para LGBTs. Já o Todes Telecom atua no segmento da telefonia móvel. Novas plataformas do gênero incluem ainda o Homo Driver, aplicativo de transporte em que a comunidade LGBT+ é mais que bem-vinda; o Lacrei, com profissionais da saúde e atendimento clínico para a comunidade; e o GayPS, uma plataforma na qual é possível encontrar médicos, arquitetos, psicólogos e outros profissionais LGBTQIA+ e aliados.
“A tecnologia facilita a vida de quem busca encontrar profissionais ou estabelecimentos de LGBTQIA+. Isso propicia aos usuários da plataforma mais acolhimento. A escolha de locais e serviços direcionados reduz os casos de LGBTfobia e gera benefícios tanto a quem presta o serviço como para quem o consome”, diz Newton Padovani, criador do GayPS.
Os espaços nos quais a comunidade LGBTQIA+ encontra guarida acolhem tanto usuários quanto profissionais, que também enfrentam preconceito e violência em suas áreas. De acordo com a consultoria OutNow, apenas um terço dos LGBTQIA+ se identifica abertamente no trabalho. “Muitos profissionais e empreendedores ainda têm receio em assumir publicamente sua orientação sexual por receio de sofrerem preconceito e rejeição do mercado”, afirma Padovani.
Aplicativos ampliam mercado LGBTQIA+
A onda de sites e aplicativos para LGBTs amplia um mercado já bastante robusto no Brasil, estimado em R$ 444,2 bilhões. Em uma pesquisa sobre hábitos do consumo digital realizada em 2021, a consultoria Nielsen mostrou que 72% do público LGBTQIA+ compra mais produtos de marcas que apoiam a causa, e um terço da comunidade dá preferência a destinos turísticos com vida LGBT ativa.
“Existe um mercado enorme a ser explorado. A comunidade LGBTQIA+ precisa ocupar espaços com novas iniciativas, aparecer e provar que não é marginalizada e estereotipada. Por isso a proposta de uma plataforma que reúna todo tipo de serviços da comunidade LGBTQIA+ para a comunidade LGBTQIA+ é tão importante”, comenta Padovani.
Para o empreendedor, aplicativos e sites voltados para o público específico são instrumentos de ativismo e oportunidades de negócios. “Iniciativas como o GayPS dão visibilidade aos profissionais e estabelecimentos que abraçam a diversidade, criando um ambiente seguro e confortável, sem riscos de julgamentos e preconceitos, onde todos saem ganhando. E são ferramentas que conectam a demanda que existe no mercado LGBTQIA+ com profissionais e estabelecimentos que apoiam comunidade”, afirma.
As conquistas alcançadas nas redes, contudo, não significam deixar de lado a busca por espaços fora dela. “O maior entrave a ser vencido é que as empresas abracem a causa LGBTQIA+ não apenas no mês do orgulho, mas que ações sejam feitas durante todo ano”, diz Padovani.
Para saber mais, basta acessar o site: https://gayps.me
Website: https://gayps.me