São Paulo 9/12/2021 – Brasileiros querem manter o sistema de trabalho em home office, que otimizou a vida de muitos. Por outro lado, o medo do excesso de trabalho é uma preocupação.
O crescimento dos brasileiros que trabalham home office em decorrência da pandemia trouxe uma nova questão à tona: o fim desses sistemas e o excesso de trabalho. Então, uma pesquisa da FEA-USP gerou uma nova perspectiva sobre o tema.
Quando começou a COVID-19 em fevereiro de 2020 começou um período de incertezas para milhares de empresas e empregadores, pois poucas empresas funcionavam em esquema de home office . Com o avanço da Covid-19 e as restrições, aos poucos o home office foi se tornando uma realidade para muitos. Entretanto, quase dois anos depois do início da pandemia, das primeiras medidas de isolamento social até o período de maior crise, os trabalhadores avaliam de maneira positiva esse novo método de trabalho. Dessa maneira, cresce o número de brasileiros que não querem voltar para as empresas e preferem continuar atuando em home office. Ao mesmo tempo em que surge uma preocupação comum: o excesso na jornada de trabalho.
Pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo – FEA-USP, em parceria com a Fundação Instituto de Administração, sugere que também são crescentes os relatos de trabalhadores que têm uma jornada de trabalho maior que aquela definida em contrato. Os dados obtidos pela pesquisa mostram que mais de 70% dos trabalhadores que atuam em home office estão satisfeitos com o modelo. Crescendo para 78% o número de interessados em manter esse sistema após o fim das restrições. Já o número de interessados em voltar para os escritórios caiu para 14%. Com uma variação de 8% a 11% de trabalhadores que se mostraram indiferentes a voltar ou não para as empresas.
Outro dado da pesquisa é que 81% dos entrevistados afirmaram que a produtividade é maior ou igual à presencial. Uma informação essencial para as empresas. Em contrapartida, grande parte desses brasileiros diz que está com uma extensa jornada de trabalhado. Geralmente, isso acontece porque começam a trabalhar mais cedo, já que não precisam se deslocar de casa, e acabam se desligando mais tarde. Entre os entrevistados, 45% afirmam que tem uma jornada de mais de 45 horas de trabalho, 23% trabalham entre 49 e 70 horas e 6% trabalha mais de 70 horas na semana. Destacado que a legislação do trabalho define a jornada convencional semanal de 44 horas. Valendo destacar que novas legislações podem aparecer nos próximos meses.
Os impactos do excesso de trabalho
O excesso de trabalho em home office é temido pelos trabalhadores que já identificam problemas relacionados ao assunto. Como os impactos na saúde mental e familiar. Um relatório do Ministério do Trabalho e Previdência apontou que cresceu em mais de 20% o número de trabalhadores que se afastaram das atividades em decorrência de transtornos mentais ou comportamentais durante a pandemia. Sendo o excesso de trabalho um dos motivos para esses números. Destacando o número de diagnósticos de síndrome de burnout no último ano.
Para tanto, especialistas afirmam que é preciso ter uma disciplina regrada para atuar em home office e manter a saúde física e mental em dia. E as recomendações é que aconteça uma nova adaptação, para um modelo de trabalho mais funcional e controlado.
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