28/10/2021 –
Empresas incluem neurodiversidade em programas de diversidade e inclusão, mas softwares precisam acompanhar essas ações.
Sabe-se que o homo sapiens é uma espécie diversa. O ser humano é diferente uns dos outros de acordo com suas origens, herança, cultura, idioma e experiências vividas. Todos esses aspectos se manifestam no jeito como as pessoas se comunicam, interagem e desempenham nossas funções. O cérebro analisa problemas e toma decisões baseado em todos esses fatores, e em vários outros.
Porém, há entre as pessoas com características neurodiversas, que pensam e processam as informações de forma distinta. E que, por isso, acabam sendo subestimadas. A capacidade única dessas pessoas para determinadas funções é desperdiçada na maioria das empresas, nas quais há alto grau de padronização e desvios dos padrões esperados não são valorizados.
Pessoas neurodiversas processam informações de maneira diferente da maioria da população. Segundo especialistas, representam cerca de 40% da população mundial. Por suas características, se concentram, de forma quase natural, em algumas profissões ou funções. Uma delas é a de vendas, na qual parte deles se sobressai.
Em muitas empresas, no entanto, vendedores devem usar sistemas de software de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) nos quais os registros, fluxos de trabalho e análises são padronizados e a experiência do usuário é restrita à forma como o sistema foi configurado.
A maioria das pessoas neurodiversas tem dificuldade com sistemas que tendem a impor uma maneira de trabalhar, um padrão rígido que não contempla formas distintas de processar informações.
Diversidade de pensamento é o que faz a diferença nos negócios
Algumas empresas estão criando programas para inclusão de talentos neurodiversos com resultados muito positivos. As experiências comprovam que eles são mais rápidos na realização de determinadas tarefas e com o direcionamento e as condições adequadas são mais produtivos. Estes resultados estão incentivando outras organizações a incluir a neurodiversidade em suas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão e adequando seus processos de seleção, treinamento, e até design do local de trabalho.
Esse avanço é importante, mas é necessário ir além e avançar no desenho dos sistemas e softwares utilizados – que, de outra forma, podem limitar o aproveitamento destas capacidades únicas.
É preciso desenhar sistemas que verdadeiramente considerem a experiência do usuário, dos diferentes usuários, incluindo a flexibilidade como um princípio fundamental de design. Isso começa com o reconhecimento de que nem todos os usuários são exatamente iguais. Os profissionais neurodiversos trazem diferentes perspectivas e pontos fortes para a mesa e muitas vezes desafiam o status quo. É essa diversidade de pensamento que faz a diferença nos negócios.
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