São Paulo – SP 12/1/2022 – Os resultados são tão expressivos que, atualmente, algumas das empresas mais valiosas do mundo são justamente organizações exponenciais.
No livro “Organizações Exponenciais”, escrito em conjunto com os trabalhos de Michael S. Malone e Yuri van Geest, o estrategista de negócios e empresário Salim Ismail utiliza a expressão para se referir a empresas com essa característica.
É seguro afirmar que o mercado atual é marcado pelo desenvolvimento constante de tecnologias, necessidade contínua de inovações e, consequentemente, pelo acirramento da competitividade. Quando o assunto é o crescimento das empresas e a sua consolidação no mercado, esse cenário se mostra exigente e implacável: hoje em dia, além de se adaptarem às mudanças de forma ágil, as organizações procuram maneiras de lidar com as tendências mercadológicas. E, se possível, fazem isso a partir de um princípio disruptivo.
De acordo com o livro de Salim Ismail, as organizações exponenciais (ou ExOs, do inglês exponential organizations) são aquelas cujo “impacto ou resultado é desproporcionalmente grande – pelo menos dez vezes maior – comparado ao de seus pares, devido ao uso de novas técnicas organizacionais que alavancam tecnologias aceleradas”. São empresas adaptáveis, caracterizadas pela autonomia e experimentação, que vêm ganhando destaque no mercado por conta de seu crescimento fora da curva, muito diferente da forma linear observada em empresas mais tradicionais.
Essas organizações procuram constantemente soluções inovadoras, assumem riscos e aprendem com os próprios erros – e é justamente por conta dessa mentalidade que são capazes de encontrar formatos disruptivos para oferecer seus serviços, produtos ou soluções. É comum que essas empresas atraiam muitos olhares de admiração e respeito e, em alguns casos, podem até mesmo conquistar fãs.
A tecnologia é uma grande aliada das organizações exponenciais e, curiosamente, essas empresas costumam investir menos em sua capacidade estrutural e mais em seus recursos digitais. Elas prezam por modelos de gestão de negócio modernos e automatizados, o que possibilita que, mesmo que não tenham equipes enormes, elas consigam alcançar resultados extraordinários, alta rentabilidade e sejam mais eficientes do que seus concorrentes. E os resultados são tão expressivos que, atualmente, algumas das empresas mais valiosas do mundo são justamente organizações exponenciais.
Mas o que as diferencia das empresas tradicionais? Estrategicamente falando, os modelos de negócio adotados por empresas tradicionais e exponenciais diferem bastante entre si. Em organizações lineares, como o próprio nome indica, o funcionamento é mais conservador, burocrático e previsível. Na prática, isso significa que os gestores estabelecem limites para os recursos e realizam suas ações considerando uma margem de segurança para os seus resultados – a tolerância a riscos, nesse caso, é baixa, o que reflete em curva de crescimento mais modesta. Além disso, essas empresas normalmente apresentam uma hierarquia bem definida, em que o poder fica concentrado em alguns profissionais específicos.
Já uma empresa exponencial trabalha com um modelo de negócio escalável, ou seja, algo que pode ser reproduzido repetidamente, com baixo custo e capaz de gerar uma base consistente de clientes. Essas empresas valorizam a experimentação e a autonomia, o que reflete em uma cultura organizacional de descentralização de poder e cargos muito mais flexíveis, assim como seus processos operacionais.
Em uma palestra ocorrida na HSM Expo 2017, Salim Ismail discorreu sobre o assunto e as necessidades de adaptação ao cenário atual, marcado pelos avanços tecnológicos. Para ele, a transição do modelo linear para o exponencial é extremamente importante: “Tanto nossa educação formal quanto nossa intuição nos moldaram para fazer associações lineares, mas os dados hoje são exponenciais. Em 10 ou 15 anos de crescimento da internet, nos tornaremos cada vez mais dominados pela informação. O primeiro passo é garantir que as pessoas passem a pensar de modo diferente”.
Elas também são conhecidas por sua taxa de crescimento gigantesca, obtidas com suas estratégias disruptivas e que, por vezes, se apoiam em ativos já existentes para conseguir alcançar seus objetivos. No caso do Airbnb, esses ativos são os estabelecimentos para aluguel, além dos próprios smartphones de quem deseja comprar o serviço. Talvez, se essa empresa seguisse um modelo tradicional (linear), a estratégia fosse investir na compra e na divulgação desses locais, o que, sem dúvidas, seria mais custoso financeiramente e em relação aos esforços para obter resultados expressivos.
Outra diferença marcante entre esses modelos é na relação com o público. Enquanto uma empresa tradicional entende o consumidor final como um alvo para o trabalho desenvolvido, a empresa exponencial se transforma constantemente e entende a necessidade do cliente como um motivador dessas modificações.
O mercado atual demanda cada vez mais criatividade, adaptabilidade e inovação. As organizações exponenciais destacam-se justamente por usarem estes pontos como base para as suas soluções. Tendência que deve predominar no mercado pelos próximos anos, a exponencialidade tornou-se um dos grandes objetos de estudo entre os teóricos atuais, o que gera uma quantidade significativa de dados para as realizações futuras do empreendedorismo.
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