São Paulo 13/4/2022 – O reconhecimento do papel das florestas como solução indispensável para combater a emergência climática é uma realidade.
A redução das emissões de CO2 é uma das formas mais eficazes de combater as mudanças climáticas e suas consequências.
O braço da economia que busca apoiar a regeneração ambiental e social em nossa sociedade, por meio de novos modelos de negócios que, mais do que reduzirem seus impactos negativos, se propõem a gerarem impactos socioambientais positivos, chama-se economia regenerativa.
Os proprietários e possuidores de imóveis rurais são os maiores interessados em garantir que os imóveis rurais cumpram com a sua função social, o que, nos termos expressos do artigo 186, da Constituição Federal, implica não somente zelar pela adequada utilização dos recursos naturais nela existentes e a preservação do meio ambiente, como também, e isso não se pode esquecer, o seu efetivo aproveitamento, cumprindo com graus de produtividade e eficiência impostos por órgãos fundiários.
O desmatamento das florestas tropicais já atingiu proporções alarmantes: cerca de 60.000 quilômetros quadrados de florestas tropicais são destruídos anualmente. “Com as reservas de CO2 diminuindo, o aquecimento global avança e as árvores são importantes aliadas, como reservas de CO2 e produtoras de oxigênio”, pontua Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).
De acordo com dados do IBGE, no período de 2002-2011, o desmatamento na Amazônia totalizou 153.563 km², o equivalente a 3% da área da Amazônia Legal. É interessante comparar esse resultado com o período de 1992-2001, onde se verificou um desmatamento ligeiramente maior, totalizando 175.058 km² e uma média de 17.506 km² ao ano. De fato, em 2019, houve um aumento no número de incêndios de 80% se comparado com 2018, no entanto, é apenas 7% maior que a média de incêndio dos últimos dez anos, sendo que não há evidências suficientes que comprovem que este aumento ocorreu na floresta Amazônica.
O Cerrado não é apenas a savana mais diversa do planeta. Seu território, que se estende por dois milhões de quilômetros quadrados no Brasil, Paraguai e Bolívia, por ser um platô com solos profundos, o bioma alimenta oito das 12 principais bacias hidrográficas do país, irrigando 40% do território nacional. A destruição ambiental no bioma, aliado ao desmatamento da Amazônia, que contribui na regulação das chuvas do centro sul brasileiro, reduzem a vazão de águas para as bacias hidrográficas. “O Cerrado responde por mais de 90% da vazão da Bacia do São Francisco e por quase 50% de toda a vazão da bacia do Rio Paraná, que abastece a hidrelétrica de Itaipu”, relata Vininha F. Carvalho.
O Cerrado brasileiro perdeu 8.531,44 km² de vegetação nativa entre agosto de 2020 e julho de 2021, de acordo com dados do PRODES Cerrado divulgados nesta sexta-feira (31). Trata-se da maior extensão devastada desde 2016. O crescimento em relação ao período anterior foi de 7,9%, consolidando o aumento na destruição do segundo maior bioma brasileiro, registrado em 2020. Os estados que mais desmataram foram Maranhão (2.281,72 km²), Tocantins (1.710,55 km²), Bahia (925,11 km²) e Goiás (920,45 km²) – além do Goiás na 4ª posição, os demais pertencentes ao Matopiba, a mais recente fronteira agrícola do país, evidenciando a relação entre o avanço da produção de commodities e a destruição ambiental.
O reconhecimento do papel das florestas como solução indispensável para combater a emergência climática é uma realidade. O desmatamento ilegal e a emissão de gás metano, proveniente principalmente da pecuária, são uma preocupação mundial, mas é preciso pensar em soluções assertivas para que os acordos de zerar a deflorestação e o gás até 2030 não sejam apenas previsões demagógicas.
Para o advogado e especialista em Direito Ambiental, Rafael Guimarães, o Brasil é o principal país na produção de crédito de carbono no mundo e poder comercializá-lo, principalmente aos europeus, é uma forma precisa de movimentar a economia. Para isso, são necessárias mais ações dos governos e menos encargos e impostos aos produtores que desejam melhorar as suas propriedades. É preciso a união concisa entre consciência ambiental e aquecimento do comércio, caso contrário, as ideias ficarão apenas no papel.
“O Brasil tem potencial para entrar com força no mercado global, visto que acabar com o desmatamento e promover a restauração de florestas e paisagens são contribuições eficazes. Mas isso só será possível se os governantes encontrarem meios de unir preservação e crescimento da economia”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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