Rio de Janeiro 5/11/2021 – Os brasileiros passaram a ter uma nova relação com o lar por conta do isolamento social. Agora vamos continuar empenhados em ‘vestir a casa’
Dados apontam que o e-commerce de Casa e Móveis cresceu durante a pandemia; diretora de marketing analisa o cenário e as perspectivas pós-pandemia
Na esteira da pandemia de Covid-19, vieram as medidas de quarentena e isolamento social que, por sua vez, alteraram os hábitos de grande parte dos brasileiros. Com mais tempo em casa, as atenções se voltaram para os investimentos no lar, como demonstra o Relatório E-commerce do Brasil, feito pela Conversion. Segundo o estudo, o comércio virtual de Casa e Móveis e o de Presentes e Flores cresceram, respectivamente, 128% e 107% em abril de 2021.
Em 2020, no início da crise sanitária, o setor de casa e decoração já havia registrado alta de 4,65% nas vendas do varejo, movimentando R$ 87,7 bi, conforme dados da pesquisa setorial realizada pelo instituto IEMI Inteligência de Mercado.
Yasmin Trotta, diretora de Marketing da Sofisticasa – loja de produtos de decoração, mesa posta e cama -, afirma que, com o aquecimento do mercado de decoração na pandemia, a inovação foi a estratégia para que pequenas e médias empresas pudessem se destacar frente à concorrência.
“Com o confinamento, as lojas tiveram de se adaptar rapidamente para continuar vendendo. Eu acredito que as compras on-line já eram um percurso que o segmento de decoração vinha trilhando, mas, com a pandemia, o processo foi bem mais rápido: todos tivemos que nos ajustar ao novo formato”, analisa.
Setor de decoração deve seguir aquecido pós-pandemia
Para Trotta, inovar no setor de decoração é “pensar fora da caixa” em um mercado que permite poucos improvisos. “Decoração não é só produto, e pede um conjunto de elementos para encantar os clientes. Não adianta colocar apenas uma prateleira e o produto, é preciso entregar o ambiente pronto. Ajudar o cliente mostrando a forma de combinar e os elementos que harmonizam”, diz.
A diretora de marketing acrescenta que, em sua análise, o mercado deve se manter aquecido no pós-pandemia. “Os brasileiros passaram a ter uma nova relação com o lar por conta do isolamento social. Agora, com a flexibilização e o avanço da vacinação, pouco a pouco as rotinas e os hábitos de antes estão voltando, mas vamos continuar empenhados em ‘vestir a casa’ com uma atenção bem maior”.
De fato, mais brasileiros esperam continuar trabalhando em casa mesmo após a pandemia, como revela uma pesquisa da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) e da FIA (Fundação Instituto de Administração). Segundo o balanço, 73% dos profissionais estão satisfeitos com o trabalho de casa e 78% esperam manter a mesma rotina no “novo normal”.
Neste sentido, segundo Trotta, empresas do ramo de decoração devem acompanhar este desejo do consumidor, que tende a gastar ainda mais com equipamentos de escritório para trabalhar e estudar, além de quadros, plantas, entre outros itens, prezando por seu conforto e bem-estar.
“Devemos seguir inovando, mas sem abrir mão da sensibilidade. Mais do que montar uma loja virtual, os empreendedores devem entender que a decoração é um conjunto de demonstrações para vender e ter a satisfação plena do cliente”, afirma. “Com algumas medidas simples, é possível facilitar na decisão de compra, otimizar o tempo e encantar”.
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