25/11/2021 – As escolas bilíngues tendem a preparar ainda melhor os estudantes, já que os alunos têm uma relação maior com a língua
Em cinco anos, houve uma alta entre 6% e 10% no setor de escolas com programas bilíngue no país; especialista esclarece dúvidas sobre a modalidade
A possibilidade de o filho, criança ou adolescente, aprender com propriedade uma segunda língua tem sido um fator cada vez mais decisivo para a escolha da melhor instituição de ensino por parte dos pais no Brasil. Em cinco anos, entre 2014 e 2019, houve uma alta entre 6% e 10% no setor de escolas bilíngues, conforme indicativos da Abebi (Associação Brasileira do Ensino Bilíngue).
Somente em São Paulo, o número de alunos em instituições do gênero avançou de 2.800 para 4.600 no mesmo período, segundo a Oebi (Organização das Escolas Bilíngues de São Paulo). A entidade considera bilíngue as unidades escolares que dedicam ao menos 75% de sua carga horária em outra língua no Ensino Infantil e de 25% no Ensino Médio.
O país, ademais, possui cerca de 40 mil escolas privadas, de acordo com o MEC (Ministério da Educação), sendo que uma média de 1,2 mil instituições oferecem programas de educação bilíngue, conforme estimativa da Abebi.
Lueli Ceruti, gestora do Thomas Bilíngue for Schools – programa bilíngue completo para escolas -, considera que a alta do número de escolas que oferecem a educação com um programa bilíngue no Brasil cresce à medida que os brasileiros se dão conta da importância de dominar uma segunda língua.
“Há diversas razões por trás deste fenômeno, como o interesse por parte dos pais em preparar logo cedo os filhos para um mundo que se comunica usando o inglês como língua franca – não só para o mercado de trabalho, mas para acesso à informação e conhecimento, oportunidades de estudo e até viagens. Já as crianças e jovens também demonstram um interesse crescente no aprendizado do inglês graças ao grande contato que a Internet e os meios de comunicação hoje nos oferecem – músicas, filmes, livros, séries, jogos”, diz.
Neste ponto, segundo Ceruti, “ganham destaque as escolas que oferecem um diferencial bilíngue, que – quando integrado com os conteúdos escolares, tendem a preparar ainda melhor os estudantes, já que os alunos têm uma relação maior com a língua”.
Quais as características de uma escola com programa bilíngue?
A gestora do Thomas Bilíngue for Schools explica que uma escola com programa bilíngue é uma alternativa para o aprendizado de outro idioma, oferecendo uma série de diferenciais em relação a cursos extracurriculares intensivos. “A grande vantagem do programa bilíngue é estabelecer uma conexão real com a realidade da criança, com os conteúdos que foram ou estão sendo explorados em sua vida escolar, em seu dia a dia”.
Para a especialista, justamente pelo fato de se trabalhar com uma abordagem inclusiva, que traz a diferenciação em sua raiz e que não tem o foco na língua, não se criam pré-requisitos de aprendizagem. “Seguimos os chamados níveis 1A, 1B, 2A e 2B, da escala CEFR (Common European Framework of Reference for Languages, ou Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, em português), que é o padrão reconhecido internacionalmente para descrever a proficiência em um idioma, onde o estudante pode ser absorvido e se desenvolver em uma proposta de integração, interação, comunicação e colaboração”.
Ceruti afirma que o tempo em que um aluno leva para aprender outra língua estudando em uma escola com programa bilíngue pode variar. “Cada criança tem seu próprio tempo. No entanto, quanto mais cedo, mais fácil é a aquisição do idioma e maior a qualidade da pronúncia e a facilidade de compreensão”, afirma.
De forma concomitante, um estudo realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em 2018 revelou que a infância é o período em que ocorre maior fixação de conceitos de gramática no aprendizado de língua inglesa.
Fluência em inglês desde a tenra idade
A gestora acrescenta que, após pouco mais de três meses em um programa com aulas diárias, as crianças já têm uma compreensão quase total do idioma utilizado em sala. “Após dois anos, já alfabetizadas, as crianças alcançam o nível A1. Com este feito, já conquistam todas as habilidades, como ler, escrever, compreender e falar”.
Segundo ela, com mais dois anos, os estudantes alcançam o nível A2. “Após cinco anos, podem chegar ao nível B1, bastante operacional, atingindo a independência no idioma, até chegar ao nível B2, após oito ou nove anos de programa, ao final do Ensino Fundamental”.
A especialista cita um levantamento realizado pela British Council, instituição pública do Reino Unido, que revela que 48% das empresas consideram o domínio do inglês como uma competência essencial. “Por isso, concluir a Educação Básica já com o inglês fluente representa um diferencial para os jovens que pretendem construir uma carreira sólida”.
Ceruti também explica que, com a alta demanda, cresce o número de escolas que buscam implementar o ensino bilíngue por meio de programas. “Os colégios buscam por programas que ofereçam uma formação completa, não só dos professores, mas dos gestores e do pessoal administrativo, como um processo de ‘abraço’ da instituição”.
Para a especialista, em programas de educação bilíngues, os educadores das escolas particulares devem receber uma atenção especial, passar por um processo de validação linguística, por um treinamento teórico e por um curso de formação. Após esse período, os professores devem continuar sendo acompanhados por consultores em sessões de desenvolvimento, em observações de aulas e em novos momentos de formação, em um processo contínuo e ininterrupto.
Para mais informações, basta acessar: https://www.thomasbilingueforschools.com/
Website: https://www.thomasbilingueforschools.com/
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