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Extrações em campos de pré-sal seguem liderando produção brasileira de petróleo

Considerando o volume estimado nas reservas localizadas entre o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, é possível prever que o Brasil poderá estar entre os maiores produtores no ano de 2035.

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São Paulo, SP 27/10/2021 – Historicamente, o Brasil sempre dependeu da importação de petróleo do mercado para abastecer o mercado interno.

Considerando o volume estimado nas reservas localizadas entre o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, é possível prever que o Brasil poderá estar entre os maiores produtores no ano de 2035.

Após 15 anos da descoberta das reservas de pré-sal em território brasileiro, o país segue colhendo frutos dos investimentos feitos na produção nacional de petróleo. Segundo informações da Petrobras, a produção do último trimestre totalizou 2,01 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), representando 71% da produção da estatal brasileira.

A empresa vem recuperando mercado após anos de turbulência, impulsionada pelos benefícios dos campos de pré-sal. O comandante da Marinha Mercante, com 13 anos de experiência de exploração de petróleo em águas profundas, Yuri Hannes Nousiainen, lembra da comemoração e otimismo com que foi recebida a notícia das reservas offshore de pré-sal descobertas pela Petrobrás em 2006. “Historicamente, o Brasil sempre dependeu da importação de petróleo do mercado para abastecer o mercado interno. A descoberta dos campos de pré-sal, que segundo estimativas da época podem render ao país cerca de R$ 14 trilhões, foi uma esperança para atingirmos a autossuficiência”, recorda.

Ainda dependente da importação de petróleo para abastecer o mercado interno de combustíveis, a produção nacional ainda não alcançou a suficiência pelo fato de ainda precisar fazer investimentos para melhorar o processo de refino do produto. Atualmente, o país ainda precisa importar alguns tipos de óleos que formam o chamado blend necessário para o refino do produto, que depois irá ser distribuído como combustível, por exemplo.

Segundo Nousiainen, que participou da extração do pré-sal nos primeiros campos de exploração na Bacia de Santos, entre 2008 e 2010, considerando o volume estimado nas reservas localizadas entre o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, é possível prever que o Brasil poderá estar entre os maiores produtores no ano de 2035. “Essa é uma estimativa do Instituto Brasileiro de Petróleo que se for concretizada levará o país a passar da condição de importador para exportador”, comenta.

Para que essa estimativa vire realidade, é preciso investir na extração e refino. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em uma projeção realizada em 2019, para que o país possa responder por 50% da produção mundial até 2040, será necessário o investimento de US$ 1,02 trilhão, custo que corresponderia a cerca de 7,3% do potencial de ganho do país com a exploração das reservas de pré-sal já conhecidas.

O pré-sal permanece como promessa de desenvolvimento do Brasil

Atualmente, os royalties provenientes da exploração do pré-sal, seja pela Petrobras ou empresas estrangeiras são destinados a uma espécie de poupança chamada de Fundo Social. A legislação brasileira determina que as petrolíferas que atuam no país devem destinar parte do valor da produção para o Fundo, que é dividido entre União, estados e municípios. Do montante, 75% devem ser aplicados na educação pública e 25% na saúde.

Para além dos ganhos com a produção de óleos e transformação em combustíveis, o pré-sal brasileiro também promete impulsionar o mercado de gás natural do país. Um estudo do BNDES divulgado em fevereiro deste ano, com análise dos dados de 2020, mostrou que as perspectivas de oferta e demanda desse produto, a partir da exploração e produção de novos campos tem potencial de crescimento até 2030, saindo dos atuais 50 milhões de metros cúbicos por dia para 100 milhões de metros cúbicos/dia naquele ano.

Esse potencial de produção pode abastecer o mercado para uso energético ou utilizado como matéria-prima. O estudo identificou que o produto já teria investidores industriais interessados em consumir pelo menos 70 milhões de metros cúbicos/dia até o final desta década.

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