Rio Grande do Sul 29/10/2021 – Apesar de todos os percalços, ser compositor é uma dádiva. Espero continuar compondo músicas que levem alegria e esperança para as pessoas
Dia do Compositor traz à tona histórias como a de Cartola, que levou anos para atingir o sucesso; compositor WZ Beat fala sobre a profissão anônima que gera hits para famosos
Fora dos palanques e longe dos holofotes, muitos compositores colecionam hits que fazem sucesso e rendem aplausos a outros artistas. Celebrado no dia 7 de outubro, o Dia do Compositor traz ao centro do palco histórias como a de Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980).
Compositor, cantor, poeta e violonista, Cartola compôs sambas na década de 30 para grandes cantores, como Carmem Miranda, Silvio Caldas e Francisco Alves, mas só alcançou o reconhecimento público décadas depois depois, quando lançou o primeiro disco aos 66 anos de idade – lançado em 1974, seu álbum de estreia continha clássicos como ‘Tive sim’, ‘Quem me vê sorrindo’ e ‘O sol nascerá’.
Para o cantor, produtor e compositor Wellington Chimilovski Azzolini, mais conhecido como WZ Beat, é preciso levar em consideração que ser compositor, na maioria das vezes, consiste em trabalhar nos bastidores, compondo e produzindo músicas que podem consagrar outros cantores, sem grande reconhecimento.
“Vai de cada produtor ou compositor. Eu, particularmente, gosto de fazer isso e fico feliz quando um trabalho meu vira sucesso nas mãos de outros artistas. É uma sensação boa ver algo que você criou tocando e alegrando as pessoas”, garante.
Como é a vida de um compositor em 2021?
WZ Beat é conhecido por escrever e produzir hits: o compositor tem contrato com uma gravadora da Bélgica e distribui músicas para artistas da Europa. Com relação ao diálogo de um autor com grandes artistas, o compositor explica que, em geral, o contato é limitado, sendo intermediados pelas gravadoras.
“O reconhecimento normalmente vem por meio da descrição e dos créditos da música, algo que é pouco visto pelo público. O artista que utiliza a obra normalmente não divulga o compositor. Já quando se trata de produção musical, hoje em dia houve um grande avanço, os produtores estão sendo mais reconhecidos, se comparado há alguns anos”, afirma.
Durante a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, as medidas de quarentena e isolamento social modificaram o dia a dia de artistas e profissionais da área musical. Durante o confinamento, os músicos recorreram a lives nas redes sociais e passaram a contar mais com rendimentos provenientes do streaming, embora apenas 38% dos usuários consumam as versões pagas, conforme estudo realizado pela Opinion Box, que atua com pesquisa de mercado online.
Ainda de acordo com o balanço, quase 80% das pessoas ouvem música todos os dias, sendo que o aparelho celular é o canal favorito dos brasileiros, utilizado por 86% da população. O levantamento também demonstra que 60% dos entrevistados costumam ouvir um novo hit continuamente, até cansar (72%).
A respeito dos hits, WZ Beat revela que já teve problemas de plágio envolvendo artistas de destaque no cenário do funk nacional.
“Já tentaram se apropriar de uma de minhas composições. Inclusive, tenho um processo ativo, que está com audiência marcada. O processo, que corre em segredo de justiça, diz respeito a uma canção que um cantor utilizou sem minha autorização, modificando o título, alegando em juízo que não era a mesma obra, o que foi desmentido pelo júri”, descreve.
No Brasil, plágio de música – mesmo como nova releitura – é crime. A Lei 9.610, de 1998, foi criada para regular os direitos autorais de artistas. Segundo o Código Penal (artigo 184), o plagiador está sujeito a multa e detenção, que pode ir de três meses a um ano.
“Apesar de todos os percalços, ser compositor é uma dádiva. Sou muito feliz com o meu trabalho e espero continuar compondo músicas que levem alegria e esperança para as pessoas”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/wzbeat/
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