São Paulo 1/4/2022 –
De acordo com projeção realizada pelo Instituto Semesp, responsável por representar as mantenedoras do ensino superior no Brasil, em 2021 a taxa de evasão de estudantes de universidades privadas chegou a 36,6%. Os anos de 2020 e 2021, inclusive, mostraram os maiores números de evasão do sistema privado de educação superior no território nacional, levando em consideração toda a série histórica. Em 2020, aproximadamente 3,78 milhões de estudantes abandonaram as instituições (37,2%).
Segundo o diretor-executivo do Instituto Semesp, os estudantes mais atingidos são aqueles com maior vulnerabilidade social. “São os que geralmente precisam trabalhar para poder estudar. A maioria estuda à noite. E tiveram perda de emprego, ou perda de renda por trabalho informal. Eles não conseguiam mais pagar a mensalidade ou não tinham, inclusive, infraestrutura para poder assistir às aulas remotamente”, diz. Ao separar as informações sobre o ensino a distância (EAD) do ensino presencial, o número é ainda maior. Em 2021, foi registrada uma porcentagem 43,3% de evasão no EAD, sendo superior aos 40% de 2020.
O Semesp ainda informou as taxas de evasão no ensino superior privado brasileiro ao longo dos últimos anos, levando em consideração o EAD e o ensino presencial. São elas: 2014: 28,9%; 2015: 29,8%; 2016: 31,7%; 2017: 30,3%; 2018: 31,8%; 2019: 32,4%; 2020: 37,2%; 2021: 36,6%.
Inadimplência e acesso
Em relação às taxas de inadimplência, também houve um aumento. Em 2020, o número chegou próximo a 10%. Segundo o Semesp, as taxas de inadimplência dos últimos anos foram:
– 2014: 7,8%;
– 2015: 8,8%;
– 2016: 9,0%;
– 2017: 8,9%;
– 2018: 9,3%;
– 2019: 9,2%;
– 2020: 9,9%;
– 2021: 9,4%.
No que se refere ao acesso ao ensino superior, apenas 18% dos jovens entre 18 e 24 anos no Brasil estão matriculados. “A gente tem uma meta do Plano Nacional de Educação que teria que atingir 33% dos jovens até 2024. Nós não vamos atingir e ainda vamos piorar esse índice”, afirma o diretor-executivo do Instituto Semesp.
MP possibilita renegociar dívidas do Fies
Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), pelo Governo Federal, uma medida provisória (MP) apontando regras de renegociação de dívidas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) – programa em que o Governo Federal paga as mensalidades de estudantes da graduação inseridos em instituições privadas de ensino superior. Esse financiamento precisa ser quitado pelo estudante em momento posterior. A MP foi publicada no dia 30 de dezembro de 2021, mas está para ser aprovada este ano por deputados e senadores.
Pelo contexto desafiador do ensino superior, fica aparente a importância da escolha da formação. Dessa forma, a quantidade de estudantes que iniciam essa jornada é menor – e muitos acabam saindo por perceberem que o que aprendem é muito diferente do que desejam para sua vida. Para esses casos, inserir o Projeto de Vida e o trabalho de educação socioemocional pode contribuir muito, já que aumenta a efetividade de escolha. A partir do desenvolvimento de autoconhecimento e mapeamento de suas forças, o jovem conta com mais ferramentas para decidir melhor por uma carreira.
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