São Paulo 31/5/2022 – Quem já tinha o desejo de empreender viu na pandemia uma oportunidade de inovar com soluções para os impactos do lockdown
Motivados pela crise do covid-19, jovens representam 55% dos novos empreendedores no país.
Impulsionados pela crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19, no ano passado, o Brasil registrou mais de 3,9 milhões de novos empreendimentos formalizados como micro e pequenas empresas (MEIs), um crescimento de 19,8%, comparado a 2020. De acordo com estudo divulgado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o Sebrae, em 2021, estas empresas representavam 56,7% dos negócios em funcionamento no país, com cerca de 43 milhões de empreendedores. O grupo crescente no setor é de jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, formando 55% dos novos investidores. As mulheres representam 49% deste crescimento.
Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Meirelles, o Brasil é o país que mais registrou avanço no longo prazo do empreendedorismo. “Com um crescimento bem superior à taxa dos Países Baixos, que ficou em segundo lugar, com uma expansão de 42%”, disse. Ele acrescenta que pela primeira vez, conforme pesquisas, abrir o próprio negócio se tornou o maior sonho do brasileiro, “perdendo apenas para o desejo de viajar”, diz.
No grupo dos novos empreendedores nacionais, o tatuador Adriano Scarabel, de 29 anos, afirma que a pandemia acelerou seus planos de abrir o Mr. Ink, estúdio de tattoo na cidade de Porto Ferreira, em São Paulo. “Pessoas que já tinham o desejo de empreender viram na pandemia uma oportunidade para inovar com soluções para os impactos do lockdown”, fala. Premiado por suas tattoos de estilo realista, Scarabel decidiu empreender também na área de cursos de formação para artistas iniciantes. “Tem muita gente buscando capacitação profissional e quem tem conhecimento para compartilhar também pode lucrar com isso”, diz.
O relatório GEM rastreia as taxas de atividade empreendedora anualmente e uma comparação de dados em 2019, 2020 e 2021 mostra que a atividade empreendedora ainda não voltou aos níveis pré-pandemia na maioria dos países. No entanto, há exceções, particularmente na Arábia Saudita e na Holanda, que experimentaram aumentos na atividade empreendedora em cada um dos últimos dois anos. O Brasil ascendeu duas posições no ranking global em termos de taxa de empreendedorismo total. Em 2020, o país ocupava o sétimo lugar na lista com 47 países. Em 2021, o Brasil chegou à quinta posição, atrás da República Dominicana (45,2%), Sudão (41,5%), Guatemala (39,8%) e Chile (35,9%).
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