17/1/2022 –
Fotografia computacional está se tornando uma nova tendência do mercado tecnológico
Fotografia computacional, o processo de captura e composição digital de imagens das câmeras modernas, em vez do uso exclusivo de meios ópticos tradicionais, tem sido considerada a nova grande tendência do mercado tecnológico, com crescimento estimado de 32.65% entre 2020 e 2027.
Fotos tiradas usando visão computacional permitem que amadores produzam imagens com qualidade semi-profissional, mesmo que ainda não substituam o uso de equipamentos profissionais na produção de imagens cinematográficas. A inteligência artificial nas câmeras dos celulares modernos é capaz de identificar diferentes cenários, tornando gramas mais verdes, céus mais azuis, e até complementando a composição de fotos outrora borradas (como as fotos da lua) usando sobreposições com imagens disponíveis no banco de dados do dispositivo.
Editores de vídeo e de imagens já aplicavam inteligência artificial para remover marcas d’água, pessoas, e objetos indesejados de imagens estáticas ou em movimento, mas o uso dessa tecnologia em câmeras de celulares tem sido popularizado para que consumidores carreguem no bolso uma máquina potente e versátil de captura da realidade. A polêmica ao redor desse tema é que, seja em um editor de vídeo, ou em um telefone, o que uma pessoa vê na tela dos dispositivos talvez não seja mais considerado “realidade”, mas sim “realidade aprimorada”.
Diferentemente da realidade aumentada, o uso de espaços físicos na geração de representações digitais em smartglasses e smartphones, a maioria dos usuários dos celulares nem sempre sabe que está utilizando fotografia computacional para registrar as memórias do dia a dia, uma vez que esse processo é nativo na tecnologia dos novos celulares. Um vídeo sobre o tema no canal do YouTube do influenciador Marques Brownlee acumulou mais de 2 milhões de visualizações e milhares de discussões nos comentários, em pouco mais de uma semana desde que foi publicado (em 8 de dezembro de 2021).
A Microsoft e posteriormente outras fabricantes de telefones, implementaram no Windows Phone uma tecnologia de processamento chamada “Blink” (“piscada”, numa tradução livre do inglês). Em fotos em grupos, a inteligência artificial somada à fotografia computacional tirava uma série de fotos em milésimos de segundos, e criava uma composição que excluía todos os olhos fechados da foto final. O resultado? A foto perfeita, com todos os participantes de olhos abertos, totalmente oposto às fotografias analógicas em que pelo menos uma pessoa saía na imagem final piscando ou com os olhos fechados.
As câmeras digitais nos smartphones Pixel 6 do Google usam fotografia computacional e inteligência artificial para representar com fidelidade os tons da pele negra, por exemplo, funcionalidade fortemente celebrada nos comerciais do telefone Pixel 6 Pro como uma evolução democrática na representação da diversidade humana; característica há muito tempo negligenciada pelas empresas de tecnologia em seus dispositivos.
A fabricante de smartphones Samsung desenvolveu em 2021, em parceria com a fabricante de câmeras Canon, um novo tipo de sensor chamado de SPAD, capaz de tirar fotos a 64 megapixels, coloridas mesmo no escuro, e capaz de imitar as peculiaridades da visão humana. Tudo isso usando inteligência artificial para compor imagens através de elementos digitais, em vez de usar apenas processamentos ópticos.
Por mais que a tecnologia de fotografia computacional não seja necessariamente nova, ainda há muito para ser explorado e discutido sobre os benefícios e efeitos nocivos das câmeras IA. Um consenso é que este setor é, definitivamente, um mercado para se observar com atenção daqui para o futuro próximo; não só para quem investe, ou usa editores de vídeos e trabalha com fotografias profissionais, mas para qualquer cidadão do planeta que carrega um smartphone no bolso.
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