Rio de Janeiro, RJ 9/12/2021 – O excesso de açúcar no sangue pode causar problemas cardiovasculares graves, dos quais os mais comuns são infarto e AVC , explica o Dr Abraham Epelman
Atlas Mundial do Diabetes 2021 traz dados alarmantes da doença, que pode chegar a mais de 780 milhões de pessoas afetadas nos próximos 25 anos
A décima edição do Atlas Mundial do Diabetes, produzido pela Federação Internacional do Diabetes (IDF) traz números alarmantes da doença. Em todo mundo, são 537 milhões de pessoas afetadas. Só no Brasil, 15,7 milhões. Além disso, um a cada dois adultos, entre 20 e 79 anos (44,7%), com diabetes desconhece sua condição, o que é preocupante uma vez que quanto mais tarde iniciado o tratamento, maior a probabilidade de complicações e morte. Entre os brasileiros, a entidade estima que são 5 milhões de pessoas ainda sem o diagnóstico.
Ainda de acordo com o levantamento da IDF, o desconhecimento e a falta de controle da doença colocam o diabetes hoje como o principal fator de mortalidade em todo o mundo. Segundo o Atlas, aproximadamente 6,7 milhões de adultos entre 20 e 79 anos morreram como resultado de diabetes ou suas complicações em 2021, o que corresponde a 12% das mortes globais por todas as causas na mesma faixa etária. “O diabetes é uma doença sistêmica, que pode atingir vários órgãos do nosso corpo. Sem controle, o excesso de açúcar no sangue pode causar problemas cardiovasculares graves, dos quais os mais comuns são infarto e AVC”, explica o médico cardiologista Abraham Epelman, mestre em Cardiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor médico do Grupo Servier do Brasil.
O controle do diabetes é realmente um dos principais desafios de quem convive com a doença. Atualmente, um parâmetro importante para a verificação desse controle é a hemoglobina glicada. A hemoglobina é um pigmento que confere a cor vermelha ao sangue e tem a capacidade de se ligar ao oxigênio e à glicose. Quando a hemoglobina se liga à glicose é chamada de hemoglobina glicada. Quanto mais alta a média glicêmica, por exemplo, mais elevada ficará a hemoglobina glicada e maiores os riscos de o paciente ter complicações associadas ao diabetes, como os riscos cardiovasculares. “Quanto menor a hemoglobina glicada, melhor é o controle do diabetes”, explica Mauro Scharf, endocrinologista e vice-presidente da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ). “Entendemos atualmente que a glicada abaixo de sete é o ideal para se conferir resultados mais protetores contra as complicações crônicas geradas pelo diabetes”, completa o endocrinologista.
Segundo a IDF, as complicações relacionadas ao diabetes custam hoje ao mundo 966 bilhões de dólares. No Brasil, os gastos estão da faixa dos 42,5 bilhões de dólares, colocando o país como o terceiro com mais gastos com a doença, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. “É muito importante manter a meta da hemoglobina glicada e lembrar que diabetes controlado é sinônimo de qualidade de vida para os pacientes”, completa Abraham Epelman.
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