São Paulo, SP 10/1/2022 – Alguns óleos essenciais têm se mostrado eficazes antibacterianos e antivirais, ajudando no tratamento pós-Covid-19.
Por causa do avanço da vacinação, mesmo com recorde de casos em todo o mundo, o número de mortes é menor do que o momento mais crítico da pandemia. Sintomas mais leves em infectados vacinados permitem tratamentos em casa e adoção de terapias complementares, desde que acompanhados por profissionais e sem substituição de tratamentos clínicos.
No último dia 3 de janeiro de 2021, segundo dados do Our World Data, o mundo bateu novo recorde de casos confirmados de Covid-19. Foram 2,4 milhões de novos contaminados em 24 horas em todo o planeta. Após dois anos de pandemia, quando boa parte dos países, inclusive o Brasil, começava a retomar atividades rotineiras até janeiro de 2020, a Ômicron, uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, que causa a doença, acendeu o alerta para a retomada das medidas de contenção de infecções.
A boa notícia é que, entre os vacinados, os sintomas se apresentam de forma mais leve, evitando internações. Segundo informações da Organização Mundial de Saúde, apesar do maior poder de transmissão da Ômicron, o maior número de infecções pela nova variante não significa que estão sendo registrados mais óbitos. No entanto, segundo a entidade, é preciso evitar a contaminação enquanto pelo menos 70% da população mundial não estiver vacinada.
No Brasil, várias cidades cancelaram festas de carnaval e vários estados começaram a reativar leitos para tratamentos da doença em unidades de saúde. Mesmo para casos leves, a recomendação do Ministério da Saúde é que os pacientes procurem atendimento médico nos postos e demais unidades de saúde mais próximos.
Para pacientes que apresentam casos leves e que estejam se recuperando da doença, sem prejuízo do tratamento recomendado pelas entidades médicas e científicas, em maio de 2020, o Conselho Nacional de Saúde aprovou uma recomendação para o Ministério da Saúde, conselhos estaduais e municipais de saúde pela inclusão e divulgação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) na assistência ao tratamento para combater a Covid-19. Entre as práticas recomendadas como complemento do tratamento contra a doença estão a aromaterapia, acupuntura e fitoterapia, entre outras.
A farmacêutica e terapeuta holística certificada pela Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticas (Abrath), Greycielle Alves Viana, comenta que a aromaterapia, por exemplo, com o uso de óleos essenciais, pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico e atuar na área do cérebro ligada às emoções, dando alívio para momentos de ansiedade e preocupação. “Alguns óleos essenciais têm se mostrado eficazes antibacterianos e antivirais, ajudando no tratamento pós-Covid-19. Eles podem ser usados pela via inalatória, em aromatizadores, vaporizadores, sprays, ou na massagem, banhos e na forma de escalda pés. Seu uso é simples, mas não dispensa a orientação de um profissional qualificado, pois não podemos subestimar seus efeitos”, explica.
A acupuntura, técnica desenvolvida pela medicina chinesa e amplamente utilizada no Brasil, pode auxiliar no tratamento para pacientes em recuperação da doença. “A acupuntura equilibra o organismo através da inserção em pontos específicos de agulhas, laser de baixa intensidade, semente (auriculoterapia), ventosas, entre outras, a depender do melhor meio de tratamento ao paciente. A técnica desencadeia uma série de efeitos importantes, como analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além de ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino, imunológico e sobre várias outras funções orgânicas”, ressalta Viana.
A farmacêutica e terapeuta holística explica também que no caso das ervas usadas na fitoterapia, muitas podem garantir um cuidado adicional ao que o paciente já vem recebendo na medicina tradicional. “As propriedades de plantas como cúrcuma, alecrim, própolis, camomila e outras demonstram que são relevantes no tratamento de sintomas da Covid-19, ressaltando que são tratamentos complementares. Podemos ver muitas plantas que são ricas em nutrientes e compostos bioativos com efeitos terapêuticos, ajudando a promoção e prevenção da saúde”, informa.
Recomendação da ANS para adoção das Pics considerou estudos científicos
Quando publicou a recomendação para que o Ministério da Saúde considerasse a adoção de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde para o tratamento da Covid-19, o Conselho Nacional de Saúde foi bastante criticado por vários setores. O órgão reiterou que a recomendação era clara ao afirmar que o uso das Pics era apenas para tratamento complementar dos sintomas da doença, não dispensando o tratamento alopático feito em hospitais e recomendados por médicos.
O órgão também recomendou ao Ministério e aos conselhos estaduais e municipais de Saúde que promovessem a ampla divulgação das evidências científicas referentes às Pics produzidas pela Rede de Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI) Américas; pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIn); e pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS/OMS). Também recomendou a produção de materiais de comunicação com informações para gestores, trabalhadores e usuários sobre o uso adequado das Pics.
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