São Paulo, SP 20/1/2022 – Bancos digitais são o futuro do mercado e devem focar nas classes menos favorecidas e nos pequenos empreendedores, os grandes impulsionadores da nossa economia.
Transações de bancos digitais cresceram R$ 52,9 bilhões em 2021 e startups de tecnologia têm investido neste mercado de olho nas classes mais baixas e pequenos empreendedores.
Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, até meados de 2019, mais de 45 milhões de brasileiros não possuíam conta bancária e faziam suas negociações apenas com dinheiro vivo. Pertencentes às classes C, D e E, esta parcela da população movimentava em média, mais de 800 bilhões de reais por ano, sendo uma perda para a economia do país, já que estas pessoas não tinham acesso a crédito, financiamentos e investimentos, prejudicando, inclusive, seu crescimento pessoal. Com um dos sistemas bancários mais complexos e burocráticos do mundo, o Brasil dificulta o acesso a contas bancárias dessa parte da população, e para aqueles que já possuem conta, os serviços são ineficientes e onerosos, gerando muitas reclamações. Contudo, com o aparecimento dos bancos digitais, todas as classes sociais aderiram às facilidades de ter uma conta bancária como qualquer banco tradicional, porém, sem tarifas e com possibilidade de crédito facilitado e tudo na palma da mão.
Para Diogo Fagundes, especialista em negócios e CEO da Help Technology empresa de tecnologia, “os bancos digitais são o futuro do mercado e devem ter um olhar especial para as classes menos favorecidas, como também aos pequenos empreendedores, que são os grandes impulsionadores da nossa economia, oferecendo recursos e aporte do próprio dinheiro com segurança e incentivo a novos investimentos com inteligência”. Os primeiros bancos digitais começaram a aparecer no país em 2010, e a cada dia, novas startups do setor iniciam no mercado, oferecendo serviços e uma gama de oportunidades na tela do celular.
As fintechs no mundo e no Brasil: oportunidade em meio à crise
Evolução do sistema bancário tradicional em todo planeta, as fintechs, ou simplesmente bancos digitais, foram criadas em 2008 depois da falência de um dos maiores bancos do mundo, o Lehman Brothers e da crise financeira imobiliária americana. Com estes acontecimentos, ficou visível a necessidade de um sistema bancário mais seguro, autônomo e livre, com controle total de seu dinheiro e utilizando a tecnologia a seu favor. Com os avanços dos smartphones, foi possível tornar as Fintechs reais, globais e altamente rentáveis e, com o tempo, os bancos digitais cresceram e inovaram, oferecendo soluções às dores de uma população que não quer bancos complicados e caros, mas, sim, serviços simples e baratos. Para manter-se nesse mercado, porém, os bancos tradicionais tiveram que se reinventar e adaptar-se à nova realidade e perfis de correntistas, que aprenderam a resolver seus problemas financeiros apenas pelo celular e sem qualquer interferência do banco.
Segundo mostram os dados do relatório Findexable 2021, o país já conta com mais de 1.400 fintechs e é atualmente o maior polo de bancos digitais da América Latina e o 14º no ranking mundial. Entre as capitais, São Paulo é atualmente o 4º ecossistema de bancos digitais do mundo, atrás apenas de São Francisco, Londres e Nova Iorque, respectivamente. No mundo, as instituições bancárias digitais obtiveram grande expansão de negócios, mesmo diante de uma nova crise mundial desencadeada pela pandemia que, na realidade, acabou estimulando a economia e o mercado das startups do setor. Pesquisa da Febraban mostra que no ano de 2021, os bancos digitais movimentaram mais de 52,9 bilhões de reais em transações virtuais e o esperado é que os próximos anos sejam ainda mais prósperos. Para Diogo Fagundes, as novas funcionalidades estimulam o mercado e dão mais liberdade aos correntistas, mas as fintechs precisam continuar atendendo bem se quiserem manter um crescimento contínuo: “com os novos recursos como Pix e a praticidade em investir, as pessoas terão acesso a serviços que antes não eram possíveis e precisarão de carteiras digitais para tal. Por isso, os bancos digitais se tornarão mais populares e com crescimento descomunal anualmente, mas não podem abrir mão da qualidade, se quiserem se manter nesse mercado”.
O crescimento das startups de bancos digitais
Para que os bancos digitais atuem, é preciso que a tecnologia oferecida seja de qualidade e com rapidez, atendendo qualquer cliente em qualquer lugar do país. Conforme pesquisa da Deloitte em 2021, os bancos gastaram mais de 25 bilhões de reais em tecnologia bancária, sendo que 10% deste valor correspondem a investimentos em segurança digital. Até o segundo semestre, foram realizados mais de 21 milhões de downloads de carteiras digitais, e o foco dos clientes ainda são serviços básicos, mas esta realidade está mudando, principalmente com a entrada das startups de tecnologia no mercado, que conseguem oferecer serviços mais robustos, pela mesma facilidade de qualquer banco digital. Para Diogo da Help, “é preciso oferecer benefícios que vão além do básico como cartão de crédito, pagamentos e recebimentos, pois o cliente precisa de serviços sem burocracia e sem filas para solução de problemas simples. Para empresários, os serviços devem ser aperfeiçoados com acesso a vantagens que antes eram realidades apenas para grandes correntistas, como investimentos na bolsa de valores, enquanto investem no marketing e expansão da própria empresa.”
Com o crescimento das startups do setor de tecnologia e investimentos, os pequenos empreendedores são os mais beneficiados, já que com mais recursos à mão, podem oferecer serviços e produtos com preços mais competitivos e facilidades de pagamento. Serviços completos, eficiência e agilidade, aliados à segurança, devem ser a tônica principal das empresas de tecnologia da atualidade.
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