14/3/2022 – Os estrategistas digitais devem prestar atenção na forma como produzem conteúdos para as marcas, que têm que estar em sintonia com o desejo das pessoas
A queda nas ações acompanha a baixa no número de usuários ativos; para especialista, declínio é reflexo do fenômeno TikTok e sinaliza mudanças para o marketing de Influência
O faturamento total da Meta – conglomerado de tecnologia e mídia social, que inclui Facebook, Instagram e WhatsApp -, que consiste, em sua maioria, em resultados de vendas de anúncios, subiu para US$ 33,67 bilhões (R$ 173,41 bilhões) no quarto trimestre de 2021, valor próximo ao especulado por analistas, que previam uma receita de US$ 33,4 bilhões (R$ 172,02 bilhões), segundo dados da Refinitiv. Em 2020, a empresa faturou US$ 28,07 bilhões (R$ 144,57 bilhões) no mesmo período do ano.
Apesar de a Meta ter aumentado sua receita com a venda de anúncios no quarto trimestre do ano passado, as ações do Facebook caíram 21% neste período, conforme relatório financeiro que compreende o desempenho em usuários e receita.
Para Diana Haas, proprietária da empresa Ahaas Mídias Sociais, a queda nas ações do Facebook tem uma relação direta com a baixa no número de usuários ativos diários na rede social, que sofreu o seu primeiro baque, passando de 1,93 bilhão para 1,929 bilhão. “Mesmo com uma alteração sutil, o movimento preocupa os acionistas, pois sinaliza que este pode ser o início de um novo ciclo para a plataforma, que pode passar a experimentar declínios constantes”.
Haas destaca que, ainda de acordo com os dados da Meta, a soma de usuários mensais ativos vive uma fase de estagnação em torno de 2,91 bilhões, sem alterações em comparação ao trimestre precedente.
“Para o primeiro trimestre deste ano, o mercado espera que o faturamento do Facebook chegue a 11%, mas a rede social já informou que prevê um crescimento lento para esses primeiros três meses, inferior ao esperado pelos analistas”, reporta, em referência a dados da Meta e da Refinitiv.
Na avaliação da especialista, fatores como a forte concorrência com o TikTok – aplicativo de mídia para criar e compartilhar vídeos curtos – e plataformas similares, além dos ambiciosos planos de tecnologia no metaverso, impactaram diretamente na receita da Meta, mas também se mostraram perigosos na visão do mercado para a empresa de Zuckerberg.
“Uma mudança grande de posicionamento, ao lado da criação de uma tecnologia ainda não existente, deixa o mercado receoso quanto ao futuro da empresa. A forma como o usuário consome conteúdo, além da fadiga e estagnação desses mesmos usuários diante das redes da marca, podem ter reflexo nas ações do Facebook”, pontua.
Movimento nas sociais traz mudanças para marketing de Influência
Para a proprietária da empresa Ahaas Mídias Sociais, a concorrência do Facebook com o TikTok pode trazer ensinamentos para o meio do marketing de influência. “A atenção do usuário para essa rede [TikTok] mostra a forma atual do consumo de conteúdo preferido pelos usuários: cada vez mais rápido, efêmero e instantâneo”.
De fato, quase metade (46%) dos adolescentes brasileiros de 10 a 17 anos possuem uma conta no TikTok, segundo resultados da mais recente pesquisa TIC Domicílios.
Haas afirma que os criadores de conteúdo travam uma corrida para entregar entretenimento para seus seguidores, mesmo que seja raso. “O conceito de conteúdo relevante muda a cada dia, levando em conta o que o usuário realmente gosta de consumir nesta rede – o que exige que as plataformas digitais também se esforcem em atualizações constantes”.
Com efeito, o TikTok anunciou esta semana que vai estender o limite máximo de duração dos vídeos de três para 10 minutos. “Não é a primeira vez que a plataforma muda a duração de seus vídeos. A primeira mudança foi de 15 segundos para 60 e depois para três minutos. Segundo declaração do porta-voz à imprensa norte-americana, a inovação deve chegar ao Brasil em breve”, informa a especialista.
Neste cenário ativo, em que atuam grandes plataformas, criadores de conteúdo e usuários, o meio de marketing de influência deve ficar atento, considera Haas.
“Devemos nos perguntar se o que estamos produzindo é o que o usuário realmente quer ver. Quando uma rede como o TikTok atrai olhares de usuários, os estrategistas digitais devem prestar atenção na forma como produzem conteúdos para as marcas, que têm que estar em sintonia com o desejo das pessoas”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/dianahaas/
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