São Paulo, SP 15/3/2022 – É possível através da inteligência artificial que as informações sejam cruzadas e consolidadas elevando e disponibilizando análises e diagnósticos precisos.
A modalidade de atendimento à distância, com uso da tecnologia, regulamentada no primeiro ano da pandemia da Covid-19, conseguiu ajudar a desafogar hospitais durante os primeiros dias do ano, que tiveram aumento de procura por causa da variante Ômicron. Tecnologia da Informação é essencial para ajudar a melhorar o atendimento médico e experiência do paciente.
Desde que o uso da telemedicina foi aprovado para assistência médica à distância, em caráter emergencial, por conta da pandemia da Covid-19, a modalidade vem agradando cada vez mais pacientes e médicos. E, mais do que isso, auxiliando para desafogar hospitais quando há agravamento da doença. Apenas na primeira semana de janeiro de 2022, com o aumento do número de casos provocados pela variante Ômicron, mais de 50 mil pessoas receberam atendimento remoto, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital.
De acordo com o levantamento feito pela entidade, que representa 90% do mercado privado de telessaúde no país, ainda em 2021, entre o Natal e o Réveillon, os atendimentos, que não passavam de sete mil, dobraram para 15 mil. Os principais motivos de atendimento foram o aumento de casos de Influenza e da própria Covid-19.
Regulamentada em março de 2020, de modo emergencial apenas enquanto durar a pandemia, o uso da tecnologia para atendimento médico remoto pode ser ampliado. Está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei que cria o Programa Brasileiro de Telemedicina, que pretende reforçar a atenção básica em saúde.
Outro projeto, com tramitação mais adiantada, também regulamenta o atendimento remoto e define que caberá ao profissional de saúde avaliar a necessidade e a viabilidade do atendimento por meio de tecnologia. Esse projeto também dispõe que as operadoras de planos de saúde não poderão estabelecer valores diferenciados para consultas presenciais e à distância.
Enquanto a regulamentação definitiva da telemedicina não vem, as atualizações tecnológicas para viabilizar o atendimento remoto estão a todo vapor. Com 17 anos de experiência na área de Tecnologia da Informação, e atuando com desenvolvimento de sistemas para o setor de saúde, o analista de TI Alexander de Almeida Santos explica que atualmente existem várias ferramentas que podem auxiliar no atendimento tanto à distância quanto presencial, sem comprometer a qualidade do diagnóstico. “É possível através da inteligência artificial que as informações sejam cruzadas e consolidadas elevando e disponibilizando análises e diagnósticos mais precisos”, diz.
Santos também informa que a acessibilidade dos programas permite não só os médicos, mas também seus pacientes, acessar o atendimento apenas com uso do celular. “O paciente, após este atendimento, se necessário segue para fazer um exame laboratorial que, após concluído, será enviado diretamente para seu médico. Este o analisa e, sistemicamente, cruza informações de doenças e tratamentos, e envia eletronicamente as orientações mais precisas e conclusivas para o paciente. Para o médico, a vantagem é poder fazer uma análise mais criteriosa e rica de informações, poder consultar outros colegas, ter acesso a históricos de atendimentos, laudos e imagens de exames, além receber dados para enriquecer seu conhecimento”, explica o analista.
Tecnologias para telemedicina fazem o gerenciamento completo do atendimento
Outra vantagem do uso da tecnologia associada a consultas médicas, remotas ou presenciais, é a possibilidade de fazer todo o gerenciamento do atendimento, como explica o analista de TI Alexander de Almeida Santos. “Existem algumas plataformas (app e/ou site) que disponibilizam acesso a usuários e médicos e que fazem todo o gerenciamento do atendimento como: agenda, avisos, monitoramento, envio de guia medica, resultados de exames e todo o fluxo de atendimento. Com ferramentas deste tipo e análise dos dados, é possível melhorar e aperfeiçoar a saúde preventiva e indicação de tratamento mais preciso, por exemplo”, informa.
Dentro das possibilidades que o uso da tecnologia oferece à telemedicina, ainda existem alguns gargalos a resolver, como o compartilhamento de informações médicas de pacientes atendidos em diferentes espaços de saúde, públicos ou privados. Essa possibilidade teria que ser garantida via regramento por meio de lei. “Por exemplo: um paciente que usou o SUS, depois uma plataforma independente (particular) e depois o plano de saúde. Informação do mesmo paciente mais em diferentes lugares e que deveriam ser cruzadas. O gap hoje é fazer com que as três consultas estejam disponibilizadas para o próximo atendimento. Esse é o sonho e acredito que o compartilhamento desta informação só venha por meio de alguma lei”, opina.
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