Curitiba – PR 1/9/2022 – Algumas práticas esportivas não só podem como devem estar presentes no dia a dia das pessoas que fizeram a artroplastia.
A cirurgia de artroplastia do quadril ou prótese total do quadril é um procedimento utilizado no tratamento da artrose do quadril, displasia, osteonecrose, lesões de cartilagem, doenças inflamatórias e reumáticas, e algumas fraturas do quadril.
Um estudo recente, publicado em junho deste ano na revista internacional Bone & Joint Open, mostrou que 94% das pessoas que passaram pela cirurgia de prótese total do quadril, mantiveram ou aumentaram a qualidade na prática do golfe, enquanto apenas 1,7% não puderam voltar à atividade esportiva.
A cirurgia de artroplastia do quadril, ou prótese total do quadril, é um procedimento utilizado no tratamento da artrose do quadril, displasia, osteonecrose, lesões de cartilagem, doenças inflamatórias e reumáticas, e algumas fraturas do quadril.
A cirurgia consiste na substituição da articulação do quadril por componentes metálicos, de polietileno e de cerâmica, com o objetivo de restabelecer uma articulação com bom movimento e melhora da dor, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho e quadril, Thiago Fuchs, uma das maiores preocupações dos pacientes que têm uma vida ativa no esporte é se poderão retomar as atividades após a colocação da prótese.
“Algumas práticas esportivas não só podem como devem estar presentes no dia a dia das pessoas que fizeram a artroplastia. A caminhada, musculação, bicicleta, pilates, natação e o próprio golfe são atividades de baixo impacto e que podem ser praticadas após a colocação da prótese. Já as atividades mais intensas, com alto impacto, contato físico e de grande mobilidade devem ser individualmente discutidas com o médico responsável pela cirurgia do paciente, analisando cada caso, qualidade óssea e muscular, perfil do paciente e tipo de prótese”, explica Thiago.
A pesquisa também apontou o percentual referente ao tempo de retorno à prática do golfe, sendo que em 23,5% dos casos os pacientes retomaram as tacadas de ferro em seis semanas e 80% retornaram às competições de clubes após seis meses.
Esse é o caso do comerciante Paulo Affonso Borrelli Barbosa, que aos 60 anos de idade retomou as atividades físicas com o golfe após a artroplastia.
“Eu sempre fui muito ativo no esporte. No golfe sou um jogador de nível mediano, e desde que coloquei a prótese no quadril não vejo nenhuma diferença nas tacadas e não sinto mais dor”, conta Paulo que quebrou o lado direito do quadril em uma queda enquanto jogava raquetinha na praia. “Para retomar este tipo de exercício, junto com o padel, terei que esperar mais um pouco, mas seguindo as orientações médicas tenho certeza que vai dar certo”, diz Paulo.
Retorno gradual e melhora da qualidade de vida
O médico ortopedista explica que a retomada das atividades deve ocorrer gradualmente, sempre de acordo com os limites de cada paciente e respeitando fatores como força, equilíbrio, caminhada normalizada e ausência de dor.
“Pessoas que têm uma vida ativa no esporte tendem a ter uma recuperação mais rápida após a colocação da prótese no joelho ou quadril. Cada esporte tem suas particularidades, e alguns, de maior impacto, merecem cuidados extras. No geral, os pacientes conseguem retomar às práticas esportivas que estão acostumados e ganham muita qualidade de vida”, explica Thiago.
No caso do Gilson Gonçalves foi justamente a intensa prática de exercícios físicos que provocou o desgaste das articulações do quadril, a artrose do quadril .
Durante 9 anos ele manteve uma rotina de 40 km de corrida por dia, além de musculação, treinos com o time de basquete do qual fazia parte e as provas de 100 km que participava como ultramaratonista. Quando as dores começaram, Gilson conta que não conseguia nem colocar a meia no pé. “Depois da lesão, minha vida ficou ruim. Eu não conseguia andar, não conseguia colocar a sunga para ir à praia, não conseguia treinar nem andar de bicicleta. Eu não tinha flexibilidade, era muita dor e eu só andava mancando”, relembra Gilson, que fez a cirurgia para colocação da prótese no quadril em março de 2021.
A artrose do quadril – desgaste na articulação do quadril, que fica entre o fêmur e a bacia, na região da virilha – também pode afetar esportistas e pacientes jovens, reduzindo a mobilidade e a qualidade de vida. Existem basicamente dois tipos de artrose de quadril: a primária, que pode estar relacionada à genética ou ao envelhecimento, e a secundária, que ocorre por uma causa específica, como uma fratura, uma deformidade como o impacto femoroacetabular e a displasia do quadril, a osteonecrose e as alterações inflamatórias como as doenças reumáticas.
O médico explica que no caso do Gilson, o indicado foi a prótese de resurfacing. “Nesse tipo de artroplastia, a cabeça do fêmur é revestida com uma cobertura metálica, e não removida como no implante tradicional. Entre os tipos de artroplastia total do quadril, essa é a que apresenta um baixo risco de luxação (deslocamento), sendo indicada principalmente para pacientes jovens com artrose de quadril, e que desejam manter a prática de atividade física intensa e que exigem mobilidade”, afirma.
Após 1 ano e 5 meses desde a cirurgia, Gilson mantém a mesma rotina de exercícios, agora com menor intensidade e sem dor. “O que me motivou a colocar a prótese foi ter uma vida melhor e poder praticar esporte. Mesmo que ainda não fosse de alto rendimento como era antes, pelo menos que eu conseguisse andar, dar uma pedalada e trotar na praia para manter o peso e o corpo. Hoje eu corro cerca de 12 km por dia, subo morro, e não sinto dores. Tenho 52 anos de idade e ainda jogo na seleção brasileira master de basquete. Minha vida voltou ao que era antes e sem dores”, finaliza.
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