20/4/2022 – A chegada do metaverso já está fazendo borbulhar muitos negócios novos e, literalmente, oportunidades que nunca existiram antes estão sendo criadas
Em 2021, o país chegou ao patamar mais baixo desde 2013; especialista em marketing estratégico e empreendedorismo comenta cenário e traça perspectivas para o setor
A TTE (Taxa de Empreendedorismo Total) no Brasil caiu por dois anos consecutivos. É o que mostra o relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade). O índice indica o percentual da população adulta ocupada como empreendedor: em 2021, a proporção foi de 30,4%, enquanto em 2020 o índice foi de 31,6% e em 2019 chegou a 38,7% – o percentual mais elevado desde 2015, quando a taxa foi de 39,3%.
Segundo o estudo, o país perdeu 9,4 milhões de empreendedores em 2020 e em 2021 chegou ao patamar mais baixo desde 2013. No último ano, o número de pessoas entre 18 e 64 anos de idade à frente do próprio negócio formal foi de cerca de 43 milhões. Em 2020 e 2019, este número era de 44 milhões e 53,4 milhões de pessoas, respectivamente.
“De alguma forma, isso era esperado”, afirma Paulo Guilherme Leal, especialista em marketing estratégico e empreendedorismo, a respeito da queda da taxa de empreendedorismo total no país em 2021.
“Em minha avaliação, a crise mundial causada pela pandemia de Covid-19, com o aumento dos custos, e a crise no fornecimento de itens básicos estão entre os principais motivos que levaram a este panorama, já que muitos empresários e microempresários não conseguiram segurar seus custos e foram forçados a fechar seus negócios formais”, explica.
Não obstante, os dados do relatório GEM demonstram que o Brasil ascendeu duas posições no ranking global em termos de taxa de empreendedorismo total no período analisado. Em 2020, o país ocupava o sétimo lugar na lista com 47 países. Em 2021, o Brasil chegou à quinta posição, atrás da República Dominicana (45,2%), Sudão (41,5%), Guatemala (39,8%) e Chile (35,9%).
Expectativas para o empreendedorismo a curto e médio prazo
Na perspectiva do especialista Paulo Leal, porém, apesar da queda nos dois últimos anos, o empreendedorismo brasileiro tem expectativa de crescimento em 2022, mesmo que com um crescimento ainda pequeno. “A pandemia serviu para mostrar novas formas de fazer as coisas. Isso nos forçou a pensar de forma criativa, o que leva, naturalmente, a novas idéias para negócios”.
De fato, mais da metade (54%) dos empreendedores digitais do país começaram durante a crise sanitária, de acordo a pesquisa Panorama de Negócios Digitais Brasil, conduzida pela Spark Hero.
Segundo o especialista em marketing estratégico, houve um boom – um desenvolvimento acelerado – no empreendedorismo digital nos últimos dois anos. “O segmento está em franco crescimento e tende a continuar crescendo não apenas em 2022, mas por muitos anos. A chegada do metaverso já está fazendo borbulhar muitos negócios novos e oportunidades que nunca existiram antes estão sendo criadas”.
A afirmação de Leal é corroborada por números: a oportunidade de mercado para o metaverso pode atingir US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) até 2024, conforme estimativa da Bloomberg Intelligence.
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