São Paulo, SP 25/4/2022 – Há uma preocupação em melhorar a alimentação como um todo, como forma de obter um aumento das defesas imunológicas do organismo.
Pesquisa realizada pela Fispal Food Service, em parceria com a FGV Júnior, mostrou que é alto o percentual e brasileiros que seguirão cozinhando a própria comida em casa. Dos entrevistados, quase 50% informaram que esse hábito iniciou na pandemia.
Cozinhar em casa foi um hábito adotado por boa parte dos brasileiros a partir de 2020, o primeiro ano da pandemia da Covid-19. Segundo pesquisa “O futuro do Food Service”, realizada pela Fispal Food Service, em parceria com a FGV Jr e publicada em dezembro de 2021, quase 50% dos respondentes passaram a cozinhar em casa após as medidas de distanciamento social necessárias para o combate da doença. Com o avanço da vacinação, redução dos casos da doença e a volta gradual às rotinas pré-pandemia, mais de 40% dos entrevistados afirmaram que vão manter o hábito de preparar a própria comida.
A pesquisa foi realizada com 800 pessoas de todas as regiões do país, divididos igualmente entre homens e mulheres, de 25 a 65 anos, das classes A, B e C. Outro hábito citado pelos entrevistados da pesquisa acima mencionada foi a preocupação com a alimentação. Dos respondentes, 33,4% disseram concordar totalmente com a afirmação de que com a pandemia passaram a se preocupar com a alimentação, buscando incluir mais alimentos saudáveis nas refeições.
A nutricionista, consultora e assessora nutricional Mirela Martins Mariano confirma o que foi verificado na pesquisa. Segundo ela, o isolamento social fez com que muitas pessoas passassem a prestar atenção nos seus hábitos alimentares e isso incluiu passar a cozinhar mais e, até mesmo, tornar isso um hobby.
“Com a necessidade de passar mais tempo em casa e, muitas vezes, com mais tempo livre, a maioria das pessoas começou a perceber a razão da correria do dia a dia, viram que se alimentavam de qualquer forma e quase sempre pulavam refeições. As atividades que antes eram quase impossíveis de serem realizadas, puderam ser incorporadas na lista de afazeres e, também, colocadas como um hobby. Cozinhar, por exemplo, com certeza, virou uma parte especial do dia a dia de muitas pessoas”, comenta a profissional, que possui mais de 16 anos de experiência na área.
Mirela Mariano também confirma a tendência verificada na pesquisa da Fispal de que os brasileiros estão mais preocupados em se alimentar de forma mais saudável, motivados em ficar longe de doenças crônicas, que podem ser fatores complicadores para quem for infectado pelo novo coronavírus. Segundo os resultados da pesquisa Epicovid-19 Brasil, divulgados em maio de 2021, a prevalência de sintomas da Covid-19 como tosse, dispneia, mialgia e tremores foi maior entre portadores de doenças crônicas em comparação com não portadores.
“O consumo por alimentos mais saudáveis foi uma das maiores preocupações, haja visto que foi dito que poderia haver um possível colapso da saúde pública em razão da pandemia. A quantidade de pessoas que estavam sendo infectadas, e com riscos de infecção e óbitos, também fez com que muitas coisas fossem reconsideradas”, comenta a nutricionista.
Desde o início da pandemia, os brasileiros passaram a consumir mais alimentos in natura
A preocupação com uma alimentação mais saudável para fortalecer o organismo frente à Covid-19 foi verificada no estudo Nutrinet Brasil, da Universidade de São Paulo. Um dos resultados preliminares do levantamento, que acompanhará a alimentação e saúde dos brasileiros por 10 anos, mostrou que o consumo de alimentos saudáveis como hortaliças, frutas e feijão aumento de 40,2% para 44,6% durante a pandemia. Os dados foram verificados ainda em 2020.
Outra pesquisa, também sobre os hábitos alimentares dos brasileiros durante a pandemia, realizada pelo portal Hypeness em parceria com MindMiners, mostrou que 30% dos entrevistaram diminuíram o consumo de açúcares e doces, 25% diminuíram carnes vermelhas, 36% disseram consumir menos refrigerantes e 35% diminuíram o consumo de sucos artificiais. Enquanto isso, 57% aumentaram o consumo de verduras e legumes, 57%, de frutas, e 48% de sucos naturais.
“Há uma preocupação em melhorar a alimentação como um todo, como forma de obter um aumento das defesas imunológicas do organismo. E, ao buscar uma melhor resistência contra esse inimigo invisível, vemos a volta do planejamento em preparar alimentos pré-cozidos, divididos em porções e congelados para facilitar na hora das refeições, tendo sempre acessibilidade por alimentos ricos em nutrientes”, ressalta a nutricionista Mirela Mariano.
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