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Crise econômica gera êxodo de empresários para o exterior, diz especialista

Especialista comenta os principais fatores e dificuldades de empresários que vão para o exterior empreender

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12/5/2022 – A internacionalização foi um caminho buscado por muitas empresas para suportar a crise econômica no país

Especialista comenta os principais fatores e dificuldades de empresários que vão para o exterior empreender

Os empreendedores brasileiros têm ultrapassado as fronteiras das 27 Unidades Federativas do país e ganhando o mundo. Prova disso, mais de 20 mil cidadãos já têm investimentos em micro e pequenos negócios em outros países, de acordo com o MRE (Ministério das Relações Exteriores). Segundo o órgão, os lugares mais procurados para empreender no exterior são Portugal e Estados Unidos, sendo que 9 mil empresários vão para este último, o que representa 45% do total.

Segundo Felício Rosa Sammarco Valarelli – advogado e empresário à frente da Valarelli Advogados Associados, que atua com advocacia empresarial -, a crise econômica no Brasil tem provocado um êxodo de empresários para o exterior, em uma conjunção histórica de fatores que corroboram para o fenômeno sem precedentes na história. 

“O Brasil foi construído, desde a colonização portuguesa, por imigrantes de todo o mundo. Assim, o atual momento indica uma virada brusca de maré: o país que sempre recebeu agora tem se tornado um exportador de gente”, analisa. “No cenário atual, de aumento da inflação e alta do dólar, sem perspectivas de melhorias, 70 milhões de brasileiros buscam melhores condições de vida fora daqui”, afirma.

De fato, o Brasil é o 4° colocado no ranking de maior percepção de inflação pela população, segundo estudo realizado pela Ipsos em 30 países. Paralelamente, um estudo conduzido pelo Instituto Travessia, que contou com a participação de mil pessoas entre os dias 5 e 6 de abril, indicou que a crise econômica ocupa o primeiro lugar na listagem de temas que afetam todas as classes sociais: o assunto é citado por 37% dos entrevistados com ganhos de até dois salários mínimos, e por 33% dos participantes com renda maior. 

“O Brasil vem perdendo talentos: no total, quase 1,5 mil profissionais qualificados deixaram o país apenas entre 2014 e 2015”, articula. “Em parte, porque as próprias empresas estão desmontando operações aqui e se mudando para países mais competitivos, como os Estados Unidos, onde a energia, bem mais barata, viabiliza a produção industrial”.

Empresas veem futuro promissor fora do país

Segundo Valarelli, muitas empresas brasileiras têm identificado mais chances de crescer “lá fora”, e o objetivo é ampliar ainda mais a fatia estrangeira, com uma forte aposta no mercado chinês. “Ser empresário no Brasil não é fácil. Por isso, a internacionalização foi um caminho buscado por muitas empresas para suportar a crise econômica no país”, afirma.

“Os EUA são o destino mais procurado e natural pelo tamanho do mercado e semelhanças culturais. Nesse movimento, muitos empresários e empresas brasileiras se tornaram sócios de empresas norte-americanas”, complementa.

Empreender no exterior traz desafios

Para o empresário à frente da Valarelli Advogados Associados, o problema de empreender em outro país consiste na falta de conhecimento sobre a legislação. “Em geral, os empreendedores buscam contratar advogados e profissionais especializados para orientar sobre o processo. Isso, no entanto, oferece outros riscos. O primeiro é a falta de confiança no processo, no profissional e em suas orientações”.

Neste ponto, segundo Valarelli, muitos golpistas estão se aproveitando de estrangeiros que não têm boa fluência no idioma. “Os profissionais conhecidos e confiáveis cobram taxas muito altas e estão sempre envolvidos em grandes processos. Por isso, muitas vezes não têm disponibilidade para atender um novo cliente”.

Superado esse desafio, prossegue ele, surgem os custos da manutenção de um negócio em outra moeda, a falta de conhecimento no mercado e a dedicação para fazer a empresa crescer. O investimento pode gerar uma grande despesa para o empreendedor e, mesmo assim, não há garantias de que ele terá retorno positivo.

“Apesar disso, vários países oferecem boas oportunidades para quem deseja empreender. Porém, antes de começar, é necessário fazer um planejamento, entender as características e particularidades de cada destino e, principalmente, organizar as finanças antes de tomar qualquer decisão para minimizar os riscos”, afirma.

Situação no futuro a curto, médio e longo prazo

Na análise de Valarelli, o acesso ao mercado externo é uma oportunidade de expansão dos negócios e oferece desafios para quem já tem um empreendimento consolidado. “Para reduzir as incertezas, é preciso analisar o macro ambiente atual e futuro. No planejamento, todas as informações para atuar em outros países devem ser pesquisadas e todos os aspectos avaliados para que as possibilidades de sucesso sejam concretizadas”.

Embora para novos empreendedores pensar nisso possa parecer utópico, tal anseio revela uma visão do caminho desejado pela empresa, afirma o advogado.

“Com um bom planejamento em curto, médio e longo prazo, a avaliação de riscos atrelados ao negócio é bem mais aprofundada, podendo fazer com que o negócio cresça com mais força e solidez”, explica. “Ainda que passe a sensação de dar mais trabalho, é preciso planejar muito para que os lucros não sejam diminuídos ou o negócio fracasse, de fato, por não saber enxergar o mercado a sua volta”, finaliza.

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DINO Agência de Notícias Corporativas

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